Não deve faltar chuva para a safra de inverno, indicam os meteorologistas.| Foto: Daniel Castellano / Gazeta Do Povo

As condições climáticas para as lavouras de milho, cana-de-açúcar e café do Centro-Sul do Brasil nos próximos meses serão "excepcionais", com chuvas adequadas na reta final antes da colheita, aponta o agrometeorologista da Somar, Marco Antônio dos Santos.

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A segunda safra de milho, plantada no Centro-Oeste, Sudeste e Paraná logo após a colheita da soja, está nas fases iniciais de desenvolvimento, em que a umidade do solo ainda é muito necessária. "Está maravilhoso. Está chovendo bem em todas as regiões produtoras de milho safrinha do Brasil", avaliou o especialista.

Ele aponta que haverá chuvas constantes no Centro-Oeste, Sudeste e Paraná durante as próximas duas semanas, até o fim de abril. Depois disso, não haverá uma interrupção total das precipitações, como é comum no outono e inverno da região central do país. "Para a maior parte das regiões produtoras, não há ausência de chuvas, mas pancadas isoladas. Para os produtores que plantaram milho em março, o que foge da janela ideal de clima, isso é bom", avaliou, não descartando que microrregiões terão clima seco mais prolongado.

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Uma das explicações para as características climáticas dos próximos meses é a possibilidade de ocorrência do fenômeno climático El Niño, que foge das características clássicas do fenômeno, segundo Santos.

"Não tem um El Nino característico, mas tem uma continuação de um certo aquecimento das águas do Pacífico e do Atlântico. Isso favorece a entrada de frentes frias [e ocorrência de chuvas] durante os próximos meses", afirmou. A colheita de milho deverá começar na primeira quinzena de junho.

Santos destacou que a primeira massa de ar polar deve chegar a Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Minas Gerais no fim de maio ou no começo de junho. "Mas não é temperatura para geada", frisou o especialista.