No Agricultural Outlook Forum 2015 ficou claro que os Estados Unidos não pretendem diminuir os subsídios agrícolas. Isto significa que no curto prazo o Brasil continuará perdendo mercado ou competitividade nas exportações de soja. A produção de soja é bastante subsidiada pelo governo dos EUA e, por este motivo, tem deslocado as exportações brasileiras em terceiros mercados.

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Os produtores de soja nacionais não têm condições de competir, em condições de equidade de mercado, com o tesouro americano. Em virtude desta competição desleal no setor cotonicultor, o Brasil acionou o governo americano na Organização Mundial do Comércio (OMC) e ganhou. Centenas de milhões de dólares estão sendo pagos.

Fora a competição desleal na soja, os EUA ainda estão minando as negociações da OMC, fórum em que o Brasil e outros países em desenvolvimento têm voz ativa através da realização de outras negociações plurilaterais como o TPP (Trans-Pacific Partnership) – acordo de facilitação do comércio liderado pelos EUA com vários países da Ásia e do Pacífico.

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No caso da soja, se houver subsídios e segurança no questionamento do Brasil, o momento para iniciar as consultas é bastante oportuno, já que os EUA ainda não renovaram o TPA (Trade Promotion Authority), ato no qual o Legislativo dá ao Executivo o mandato para negociação e assinatura de tratados internacionais. Por este motivo, os outros tratados que os EUA negociam como o TPP ainda não foram concluídos. Ademais a ação de questionamento dos subsídios agrícolas viria exatamente do foro que os EUA agora tentam enfraquecer: a OMC.

O Brasil deve procurar benefícios comerciais em tratados bilaterais ou plurilaterais como os EUA estão fazendo, já que não pode se isolar, além de colher os benefícios financeiros e comerciais que estes tratados podem trazer. Entretanto, o mecanismo de solução de controvérsias da OMC pode e deve ser utilizado para compensar prejuízos do comércio desleal internacional como já aconteceu com o algodão.

Perguntada no Oulook Forum sobre se as negociações do TPP não enfraqueceriam os foros multilaterais de comércio como a OMC – os Estados Unidos são um dos membros fundadores do GATT (tratado que antecedeu a constituição da OMC no fim da Rodada Uruguai, em 1994) – a negociadora chefe em agricultura do United States Trade Representative (USTR) respondeu que eles acreditam na OMC, mas não podem perder a oportunidade que têm hoje com os países da Ásia e do Pacífico.

Enfim, um contexto de competição internacional em que o Brasil também não pode perder oportunidades, precisa se posicionar e combater concorrências que julgar desleais. Questionar o mercado e, por que não, na OMC.

 

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