Faltando poucos meses para o início do plantio da safra 2015/16 no Brasil, os produtores ganham um motivo a mais para investir na soja. Os Estados Unidos podem ter dificuldade para repetir colheita acima de 100 milhões de toneladas neste ano. As projeções oficiais do Usda, o Departamento de Agricultura do país, ainda apontam para mais de 105 milhões (t), mas as fortes chuvas castigam boa parte do cinturão de produção.
Simulação elaborada pelo Agronegócio Gazeta do Povo a partir de dados do Usda aponta para uma produção de 97,6 milhões de toneladas – 8 milhões a menos que a estimativa oficial e 10 milhões abaixo da colheita anterior. O cálculo considera uma redução de 2% na área plantada e de 5% na produtividade média (veja a tabela ao lado).
Considerando a demanda projetada pelo Usda, os EUA encerrariam a temporada 2015/16 com menos de 4 milhões de toneladas de soja em estoque—um terço do volume estimado pelo órgão e menos da metade do registrado um ano atrás. As reservas seriam suficientes para apenas duas semanas de consumo e não mais para 40 dias.
O próprio Usda sinaliza que os números devem ser gradativamente reduzidos nos próximos meses. No final de junho, o órgão anunciou que estava consultando produtores em Arkansas, Kansas e Missouri para recalcular suas estimativas. “Como resultado do mau tempo, parte da área não pode ser plantada”, explicou em comunicado. Juntos, os três estados concentram cerca de 15% das lavouras de soja dos EUA.
Depois do junho mais chuvoso da história, Illinois, Indiana e Ohio, no Leste, têm lavouras submersas em diversos pontos e menos da metade das plantações mantém boas condições. Na média dos 48 estados norte-americanos (exceto Alasca e Havaí), o mês de junho de 2015 foi o nono mais úmido, seguindo o maio mais chuvoso da história, segundo o NOAA, órgão oficial de meteorologia do país.
Milho
Menos prejudicado que a soja, por ser plantado mais cedo, o milho deve ser menos impactado pelo mau tempo. Com índice de abandono de área e perda de produtividade menores que a oleaginosa, o cereal deve registrar quebra de 3% ante o potencial produtivo (para 333,8 milhões de toneladas), conforme simulação do AgroGP. Mantendo os números de demanda, os estoques finais recuariam aos níveis e dois anos atrás, com volume suficiente para pouco mais de um mês de consumo.
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