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O uso dos recursos do crédito rural pela agricultura familiar e comercial vem crescendo no Paraná e no Brasil. O setor consegue juros bem abaixo dos praticados no mercado e amplia a produção. A prática, normalmente tratada como uma política de estímulo a um setor específico da economia, produz efeitos socioeconômicos amplos, e necessários.

A reportagem de capa da edição de hoje mostra um momento importante nesse processo. Não só a elevação do orçamento, mas as condições de produção e a própria disposição demonstrada pelo setor produtivo. A busca por mais crédito é uma resposta à altura à política do governo federal.

A importância desse quadro fica evidente na comparação com o panorama das décadas de 1970 e 80. Também naquela época o agronegócio avançava a passos largos. A produção ganhava escala e os investimentos em polos moageiros representavam grande mudança no perfil do setor. No entanto, isso não foi suficiente para evitar a fuga de milhares de famílias da zona rural. Sem crédito, os agricultores tinham dificuldade para passar da enxada para o trator, da estrebaria para o galpão de ordenha mecanizada.

Mesmo na década de 1990, quando o plantio direto e as novas tecnologias facilitaram o manejo no cultivo de grãos, havia mais dificuldade para expandir o cultivo. Problemas ligados ao endividamento e às limitações do mercado interno pesavam diretamente na rotina da produção. E faltava dinheiro em caixa para traçar o futuro que vem sendo concretizado agora.

A elevação do volume de crédito vem ajudando a desatar nós que impõem limites à produção rural. Favorecem a permanência dos produtores no campo e fortalecem a base da economia agroindustrial.

A oferta de recursos a juros baixos acaba tendo reflexo indireto numa série de outros setores da economia. Mais de que financiamento, os programas trazem estabilidade à própria produção de alimentos e ao controle da inflação. Num país com vocação agrícola, não se podia esperar menos do que a valorização das cadeias produtivas, desde a sua base.

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