Há tempos o agronegócio brasileiro é um dos mais importantes pilares da economia nacional. No entanto, dentro desse universo que envolve cerca de 30 milhões de trabalhadores, existem realidades distintas. Um dos segmentos agropecuários, em especial, começou a ter mais atenção há cerca de sete anos, que é o dos médios produtores.
O fomento diferenciado para esse público tem um motivo. Os envolvidos detêm uma importante fatia do mercado. Ao todo, os médios produtores são responsáveis por um quinto da renda gerada pela atividade agropecuária brasileira, além de possuírem 22% de toda a área rural do país.
No Sul do país, especialmente, os médios produtores têm uma representatividade importante na economia local. São responsáveis por cerca de 23% da renda bruta dos estados da região. Aliás, dos 516,8 mil médios produtores brasileiros, 9,7% estão no Rio Grande do Sul e 9% no Paraná.
Mesmo estando presente em uma importante parcela do agronegócio, o segmento não contava com uma política específica até o ciclo 2008/09. Naquela safra, foi criado o Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp), linha de crédito com condições mais favoráveis e juros equalizados pelo Tesouro Nacional.
Para a temporada 2014/15, esses produtores terão à disposição quase R$ 17 bilhões nas modalidades de custeio, comercialização e investimento. O valor é 26,5% superior aos R$ 13,2 bilhões previstos na safra que está se encerrando. Os limites de empréstimo para custeio passaram de R$ 600 mil para R$ 660 mil, enquanto os de investimento subiram de R$ 350 mil para R$ 385 mil. A taxa de juros é de 5,5% ao ano, bem abaixo dos 11% em vigor no país atualmente.
Em 2013, o governo federal decidiu incluir também os médios produtores como público prioritário das ações de assistência técnica e extensão rural. Os primeiros projetos já estão sendo desenvolvidos na região do Semiárido – nos estados de Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará – e atendendo a 3.560 produtores. Para a safra 2014/15, a meta é capacitar 100 mil médios agricultores.
As capacitações visam melhorar diversos aspectos no campo, além de garantir as reservas de água e alternativas de produção de alimentos para animais. Para este ano, as áreas prioritárias são a cadeia produtiva do leite, a incorporação de tecnologia, o manejo integrado de pragas e a agricultura orgânica.
As ações visam não apenas manter a estabilidade produtiva, mas expandir os negócios. Ainda há um espaço considerável para ser ocupado. Aumentar a produção é estratégico para o país, não apenas para abastecer o mercado interno, mas para aproximar ainda mais o Brasil da posição de principal fornecedor de alimentos do mundo.
O agronegócio cresce a porcentuais maiores que o da média da economia brasileira há décadas. Só este ano, o valor das riquezas geradas nos nossos campos deve somar R$ 450 bilhões, além das exportações do agronegócio garantirem cerca de US$ 100 bilhões ao Brasil. A contribuição dos que estão entre a grande e a pequena produção se insere tanto no aumento dos números econômicos macros quanto na geração de empregos e na sucessão rural.
É importante ressaltar que as políticas públicas para todo o setor do agronegócio já são consolidadas no país há anos. São ações que vão além dos financiamentos oferecidos ao setor, envolvendo políticas de garantia de preço mínimo, pesquisas da Embrapa e Ceplac para melhorar a produtividade rural, entre outras. O que tem sido feito nos últimos anos é um aperfeiçoamento das medidas para o desenvolvimento maior do agronegócio como um todo, em todos os segmentos.
O foco é a produção rural. É preciso aumentar a produtividade, agregar valor aos produtos do campo e garantir ainda maior inserção no mercado internacional. São metas possíveis e alcançáveis no longo prazo. Fomentar as atividades rurais entre os pequenos, os médios e os grandes produtores é mais do que garantir alimentos. É viabilizar de forma estratégica o desenvolvimento do nosso país.
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