Em tempos de instabilidade econômica, investir em seringueiras pode ser uma boa alternativa de renda no médio e longo prazo, tanto para quem já está no campo como para quem tem interesse em ingressar no mundo agro. Com uma área plantada em franca expansão, as perspectivas de mercado garantem um futuro promissor para as “florestas de borracha”. Assim como o milho e o petróleo, o látex extraído das árvores é uma das matérias-primas mais usadas pelas indústrias, especialmente as do setor automobilístico. A demanda é o principal adubo para a ampliação do terreno ocupado pelos seringais, que mais do que dobrou nos últimos setes ano no Brasil. E ainda há muita lenha a ser sangrada.
Isso porque a oferta atual ainda é insuficiente para atender ao apetite dos parques industriais brasileiros. Para que haja equilíbrio, o mercado acredita que a produção precisa ser triplicada no país. No Paraná, apesar da limitação de terras disponíveis, produtores do Norte e Noroeste já contabilizam lucros com os seringais. A partir do sétimo ano, quando é possível iniciar a coleta da seiva das árvores, a receita pode chegar a R$ 1,6 mil por hectare, praticamente a mesma lucratividade obtida com a safra de soja no último ano. Mas, diferentemente da oleaginosa, que gera receita anual, a seringueira oferece remuneração mensal, e por mais de três décadas, período produtivo das árvores.
O estado ainda não está na lista dos maiores produtores nacionais, mas, se considerada a demanda prospectada na chegada de somente uma nova fábrica de pneus na Região Metropolitana de Curitiba, a tendência é que o terreno cresça sete vezes em relação ao atual, para 35 mil hectares. Hoje são menos de 2 mil hectares.
Para alcançar essa meta, o sol precisa brilhar forte no Norte e Noroeste, onde fica o reduto dos seringais do estado. Diferentemente da agricultura, as árvores precisam mais do calor do que das chuvas para produzir. Por isso, a tendência é que fiquem longe da capital paranaense.