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 | Brunno Covello/ Gazeta Do Povo
| Foto: Brunno Covello/ Gazeta Do Povo

Apesar da reação de 35% nos preços nos últimos meses, o cenário da cafeicultura não deve melhorar no curto prazo. A crise do café paranaense é resultado da crise que passa o setor cafeeiro no Brasil. Neste contexto, aumentar a rentabilidade pode ser a saída para os produtores. Mas como fazer isso quando se trata de uma commodity?

O principal concorrente brasileiro, a Colômbia, pode dar resposta para um dos caminhos. Apesar de estar atrás do Brasil no ranking mundial, na segunda colocação, a Colômbia é a principal referência no mercado do café arábica -- tipo produzido no Paraná.

Ao analisar a competitividade do Brasil e da Colômbia, percebe-se que o primeiro tem um grande market share em decorrência, sobretudo, da sua alta produção. A Colômbia, por outro lado, se destaca pela qualidade de seu produto final. Alguns fatores são responsáveis pelo reconhecimento do arábica colombiano como um café de alto padrão de qualidade. O primeiro deles diz respeito às boas práticas adotadas pelos produtores “dentro da porteira”. A produção naquele país é praticamente artesanal, realizada em grande parte por pequenos produtores em regime de agricultura familiar. São mais de 563 mil famílias com propriedade rurais inferiores a dois hectares. Além da maior concentração de frutos de melhor qualidade, evita-se que terra, folhas e galhos sejam misturados ao café colhido.

A Federacafé, criada em 1927, é a grande responsável por transmitir aos agricultores familiares da Colômbia tecnologias, boas práticas e conceitos sobre qualidade do café. Além disso, ela implementou em 1959 uma política de marketing para promover o grão.

No Brasil, já se observa a movimentação de grandes produtores e empresas do setor na adoção de técnicas que melhoram a qualidade. No entanto, é igualmente importante trabalhar a promoção do café brasileiro. O planejamento estratégico é imprescindível para direcionar as vendas e divulgar a mudança de conceitos, trabalhando para ter o reconhecimento de que, além de produzir quantidade, o Brasil a produz com qualidade.

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