Um dos mais importantes eventos de tecnologia leiteira do país, a Agroleite, que começa hoje na Castrolanda, município de Castro, coloca em evidência uma das principais cadeias produtivas do estado. A considerar a importância do leite na dieta da população, bem como no desenvolvimento econômico e social a partir da atividade, uma feira que tem a ver com saúde, qualidade, sanidade e segurança alimentar, no campo e na cidade.
Por outro lado, no momento em que as atenções se voltam para a feira, impossível deixar de ter um olhar que vai além do leite e da Castrolanda para vislumbrar o universo mais amplo dos Campos Gerais. Uma região que tem o leite em seu DNA, mas que consegue reunir outras qualidades. Promove um agronegócio singular e diversificado, dos grãos às carnes, que se integra em sistemas de produção na busca pela excelência e sustentabilidade.
Liderados por Castro, os municípios dos Campos Gerais começam a disputar com o Oeste, que é puxado por Toledo, o primeiro lugar no Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) do Paraná. Com 10,4% de participação, os Campos Gerais assumiram a dianteira no ranking de 2012 – que ainda não foi divulgado oficialmente. A informação, divulgada ontem pela revista Agronegócio Gazeta do Povo, edição especial Agroleite, destaca que a posição foi conquistada graças ao expressivo resultado de R$ 1,13 bilhão verificado no VBP de Castro. Um desempenho sustentado no leite e na soja, na produção agrícola e pecuária que, quando avaliada regionalmente, ganha o reforço de outras importantes cadeias produtivas, como de suínos e aves, milho, feijão, trigo e outros cereais de inverno.
Geograficamente, outra característica do agronegócio da região é a saudável relação com uma importante rodovia estadual, quase que uma artéria logística dos Campos Gerais, a PR-151. Boa parte do VBP regional acontece às margens da PR-151 ou então passa por ela. A estrada vai de São Mateus do Sul, na divisa com Santa Catarina, a Ribeirão Claro, na divisa com São Paulo. Mas é no trecho que corta os Campos Gerais que ela expressa em plenitude a vocação da região para o agronegócio. Não por acaso, está justamente aí, no coração da produção agrícola e pecuária regional, o único trecho duplicado da estrada, numa extensão de aproximadamente 60 quilômetros.
Aliás, a título de curiosidade, existem apenas dois destinos partindo de Curitiba, capital do Paraná, com rodovias de pista dupla do início ao final. Um deles é Paranaguá, pela BR-277, o que se explica pela importância econômica e turística do porto e do litoral do estado. O outro é Piraí do Sul, em rota que segue pelas BR-277 até São Luiz do Purunã, BR-376 até Ponta Grossa e, finalmente, pela PR-151. A relevância nesse caso não é necessariamente Piraí, mas também Piraí. Até porque, fica mais fácil justificar tamanho privilégio em infraestrutura aos números e ao potencial não apenas do município, mas da região, do agronegócio dos Campos Gerais. Para integrar de fato a produção regional, a PR-151 se relaciona direta ou indiretamente com outras importantes rodovias, como as BRs 153 e 343 e as PRs 090 e 340.
VBP NacionalEm 2012 o Paraná teve participação em torno de 22% no VBP Nacional, que foi de R$ 250 bilhões. O resultado não foi maior por conta da estiagem que prejudicou os estados do Sul e comprometeram parte da renda dentro da porteira. Em 2013, o índice é de recuperação e deve superar os R$ 275 bilhões, com aumento superior a 10% diante do exercício anterior. O indicador do estado deve seguir a mesma linha de crescimento, com potencial para uma variação maior que o porcentual nacional. Talvez até com uma participação estadual maior no resultado Brasil.
Cinturão NortePara incrementar em volume, qualidade e tecnologia a produção de verduras, legumes e frutas, o Norte do Paraná ousa e inova na realização do Hortinorte, que entre outros objetivos também vai discutir abastecimento, escoamento e comercialização desses produtos. Porque não adianta produzir se não tiver estrutura para escoar e mercado para absorver essa demanda. Uma estratégia ousada, patrocinada pela Secretaria Estadual da Agricultura (Seab), que passa pela Ceasa, Emater e também pela Prefeitura de Londrina.
VBP NorteConforme avaliação da Seab, a produção de frutas e hortaliças da região tem uma defasagem de cerca de 15 anos, não apenas do ponto de vista técnico e agronômico, mas de modernização e no atendimento à relação de oferta e demanda. Calcula-se que os pequenos, médios e grandes produtores de frutas e hortaliças do Norte geram um Valor Bruto da Produção (VBP) em torno de R$ 750 milhões, cifra com grande potencial para ser multiplicada. Com parcelas demonstrativas a campo, o evento ocorre de 29 a 31 de agosto.
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