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Além de contar com solo naturalmente fértil e clima favorável, a zona núcleo de produção de grãos da Argentina está entre as mais bem estruturadas do mundo em termos de logística. Dois terços das lavouras de soja e milho do país ficam a menos de 400 quilômetros dos portos de Rosário (província de Santa Fé). Os caminhões chegam aos terminais de embarque sem enfrentar filas, por rodovias em ótimas condições. E os navios saem carregados em cerca de uma semana. Mas nem por isso os produtores faturam mais do que no Brasil.

A reportagem de capa do Agronegócio de hoje mostra que os agricultores brasileiros situados na região que mais gasta com transporte têm rentabilidade igual ou até maior que os agricultores argentinos, considerando custos e margens líquidas. A comparação demonstra como a política agrícola de um país pode ser definitiva para a expansão ou o recuo das atividades agropecuárias. Enquanto o Brasil tenta avançar com investimentos em estradas, armazéns, ferrovias e portos, a Argentina busca um novo modelo de produção.

A baixa rentabilidade da agricultura coloca as três províncias (estados) líderes na agricultura contra o governo federal. Os governantes de Santa Fé, Buenos Aires e Córdoba compareceram à Expoagro na última semana, na região de Ramalho (BA), e criticaram das “retenciones” ao controle rígido sobre as exportações. O governo federal passa a exigir ainda que os produtores declarem mensalmente o volume de grãos estocado e escoado, numa guerra que não tem data para terminar.

Para ampliar sua participação no mercado internacional, a América do Sul depende de avanço político e estrutural nos países exportadores de grãos. Neste sentido, Brasil e Argentina são apenas exemplos. Ainda há muito o que fazer também no Paraguai, na Bolívia, no Uruguai, que entram cada vez mais no cenário do agronegócio globalizado.

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