O maior estado agrícola brasileiro decidiu comprar briga com o mercado nesta temporada. Mesmo não havendo fundamentos para uma reversão da queda nos preços da soja nos próximos meses, os produtores de Mato Grosso apostam numa estratégia que pode comprometer a lucratividade de uma grande safra, mostra a edição de hoje do Agronegócio Gazeta do Povo (AgroGP). Menos de um terço do volume que sairá das lavouras no primeiro trimestre de 2015 está vendido. Isso significa que mais de 20 milhões de toneladas precisarão buscar comprador até as colheitadeiras começarem a entrar em campo.
As novas alternativas para armazenamento e escoamento é que justificam o comportamento conservador de venda dos grãos. Na falta de lugar para estocar os produtos, há os silos plásticos, cada vez em maior numero no horizonte do Cerrado. E a abertura do corredor de exportação pelo Arco-Norte também faz crer que os custos logísticos podem ser amenizados.
Entretanto, a melhor gestão das despesas, somente, não garante lucro. Os preços da commodity é que fazem a diferença no final das contas. E o cenário daqui pra frente é só de aumento da oferta global e de pressão sobre as cotações na Bolsa de Chicago. Além do Brasil, Argentina deve por volume significativo de soja no mercado, não somente da nova safra, mas do ciclo anterior também. Uma nova ordem do governo de Cristina Kirchnner deve “obrigar” os produtores a desovar seus estoques. Caso contrário, não haverá crédito oficial disponível na praça. Paraguai, sexto maior produtor e quarto maior fornecedor mundial de soja, só tem ampliado o excedente de produção destinado ao comércio exterior, fazendo crescer sua importância no quadro dos maiores players.
Do lado da demanda, quem pode fazer a diferença são os chineses, que abocanham fatia maior das exportações mundiais da oleaginosa e, com isso, ganham poder de influência sobre os preços internacionais.
Ou seja, em 2014/15 é chegada a hora de os produtores mostrarem, mais do que nunca, eficiência e profissionalismo também do lado de fora da porteira.
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