Com mais da metade da produção e exportação mundial de grãos e 1/3 da produção e comércio internacional de carnes, os países sul-americanos chamam a responsabilidade para uma discussão planejada e sustentável do agronegócio mundial. De um tempo onde ser competitivo não é opção, mas condição ao futuro do setor. De um mercado onde especulação perde espaço e os fundamentos, cada vez mais, é que passam a dar as cartas.
Quem manda agora é oferta e demanda. Os fundos de investimento, o mercado financeiro e os especuladores continuam a influenciar esses fundamentos. Mas cada vez menos, com pouca ou quase nenhuma sustentação. O que vale mesmo é quanto se produz e quanto se consome. Ou melhor, quem produz e quem consome.
É onde entra a América do Sul, que cresce e se posiciona do lado da oferta. É onde se justifica e se consolida o Fórum de Agricultura da América do Sul, o Agricultural Outlook Forum, conferência internacional sobre tendências do setor. Não mais sob a ótica dos Estados Unidos, o grande produtor, consumidor e também exportador mundial. Mas a partir do potencial de produção, consumo e oferta dos produtores sul-americanos.
É o agronegócio mundial pautado não mais, ou apenas, pela oferta norte-americana ou pelo consumo asiático, mas pela capacidade de produção e abastecimento singular que vem da América do Sul. Uma realidade que ganha, agora, um espaço compatível à sua relevância e participação de mercado. E nessa linha, dias 27 e 28 de novembro, na quinta e sexta-feira desta semana, a cadeia produtiva paranaense, brasileira, sulamericana e do mundo se reúne em Foz do Iguaçu não apenas para traçar tendências.
O objetivo é pautar e se preparar para um futuro cada vez mais dinâmico, conturbado e exigente do segmento. De um futuro onde o campo será o protagonista, não mais pela sua responsabilidade enquanto alimentação humana ou animal. Mas como instrumento e ferramenta indispensável à promoção da economia mundial. De uma economia pautada por uma vocação natural que tem tudo a ver com a América do Sul, com o Brasil e com o Paraná.
Para inscrições e outras informações sobre o fórum, acesse www.agrooutlook.com
Uma mulher no Ministério da Agricultura
Está confirmado! A presidente Dilma Rousseff convidou e a senadora Kátia Abreu aceitou o convite para compor a equipe ministerial do próximo governo federal. A presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) apoiou a candidatura à reeleição da candidata petista e agora tem a sua recompensa.
A bancada ruralista, que sempre se posicionou contra a aproximação política de Kátia Abreu da campanha de Dilma Rousseff, não dá o caso por encerrado. Dilma enfrenta ainda pressão dentro do próprio PT para que volte atrás em seu convite. Se a estratégia de Kátia prevalecer, os inconformados terão de rever sua posição. O movimento pré-eleitoral da bancada, de isolar a senadora, terá que inverter seu rumo para se aproximar, não da senadora, mas da nova ministra da Agricultura.
Aliás, Kátia Abreu pode ser a primeira mulher a ocupar o posto. No governo PT, que começou com a era Lula em 2003, o Ministério da Agricultura terá trocado de mãos oito vezes. Com a ministra que assume em janeiro, terão sido cinco vezes apenas no governo Dilma. Com Lula foram três ministros. Um deles, Luís Carlos Guedes Pinto, ocupou o posto por apenas oito meses. Roberto Rodrigues e Reinhold Stephanes foram os que ocuparam a cadeira por mais tempo, pouco mais de três anos cada um. Com Dilma, a média foi de um ano por ministro.
A alta rotatividade explica-se pelo viés extremamente político e pouco técnico assumido pelo governo atual. O que muda agora? Kátia Abreu teria, em tese, um perfil mais técnico. Na prática, porém, o que lhe credencia ao Mapa é a senadora, a opção política e não a representação da CNA.
Kátia Abreu foi presidente do Sindicato Rural de Gurupi, Tocantins, na década de 90. Ficou à frente da Federação da Agricultura do Tocantins entre 1995 e 2005 e em 2008 assumiu o comando da CNA, onde no mês passado foi reeleita para seu terceiro mandato.
Em 31 dezembro, Neri Geller, atual ministro, produtor, deputado e dirigente classista terá cumprido nove meses e 14 dias à frente do Mapa.
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