São 348 pontos de atendimento, em 282 municípios do Paraná, sendo que em 72 localidades eles são a única instituição financeira. Já são quase 700 mil correntistas – que eles chamam de sócios – e 4 mil funcionários ou colaboradores. Mas eles não são um banco. Como o Denorex, aquele que parece mas não é, assim é o Sicredi, case apresentado pela ADVB-PR (Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil, seção Paraná) durante o Estrela da Manhã realizado na quarta-feira, em Curitiba. “Não somos um banco. Nós temos um banco”, disse Manfred Dasenbrock, presidente da Sicredi Central Paraná-São Paulo, em sua explanação sobre a natureza, missão e objetivos do negócio. “Somos uma cooperativa”, sentenciou.

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A relevância e presença financeira do sistema impressionam. Mas o que realmente faz diferença não está nas estatísticas. Os números são condição à competitividade da cooperativa no mercado financeiro. Contudo, o que mais importa aqui são as pessoas, o que coloca o relacionamento em primeiro plano. O negócio e a solução continuam sendo objetivos prioritários à sobrevivência do modelo. Porém, como causa e consequência. Como alternativa ao capital especulativo, num ambiente colaborativo que não está à disposição ou a serviço do especulador, aquele não tem cara nem endereço. E sim dos milhares de associados que, como cooperados, não são apenas clientes, eles também são os donos desse banco.

E não é qualquer banco não. Com menos de 40 anos – tudo começou na década de 80 –, reúne um patrimônio e uma história singular, que muito mais do que validar o passado são credenciais ao futuro e à expansão do sistema. São 2,6 milhões de associados e quase 1,3 mil postos de atendimento em 11 estados do país, com R$ 38,4 bilhões em ativos e R$ 5,3 bilhões de patrimônio líquido. No mundo, os associados ao sistema de crédito cooperativo somam mais de 500 milhões de cooperados, o equivalente a 2,5 vezes a população brasileira, recentemente estimada pelo IBGE em 202 milhões de habitantes.

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No Estrela da Manhã, em uma apresentação de 40 minutos Dasenbrock mostrou números e cifras, falou muito do banco, de ativos, dos clientes e de patrimônio. Mas fazia questão de lembrar, a cada instante, da preservação irrestrita da natureza do negócio. Contagiou e deixou transparecer o orgulho de ter um banco, mas acima de tudo de ser cooperativa, de ter um banco cooperativo, de representar uma nova via ao sistema financeiro tradicional. Um viés que o leva, então, a falar de valores, eficácia e transparência. Bem como de relacionamento, respeito e educação.

Em duas frases, uma sua, no início da apresentação, e outra atribuída a um terceiro, no final da palestra, Dasenbrock resumiu de uma maneira muito prática o cooperativismo de crédito. A primeira: “Não somos um banco. Nós temos um banco. Somos uma cooperativa.” E para encerrar, complementou com uma citação da CEO da cooperativa de crédito VanCity, no Canadá, Tamara Vrooman: “Lutamos todos os dias para sermos uma grande cooperativa e não um pequeno banco.”

Mas o que justifica abordagem desse tema em uma coluna que trata de agroeconomia? Basicamente porque as cooperativas de crédito surgiram para atender uma demanda prioritariamente do agronegócio, de produtores rurais e de cooperativas de produção agropecuária. Depois, porque ainda hoje, quase quatro décadas após o surgimento do sistema, elas ainda atendem o setor, em uma proporção quase meio a meio entre urbano rural. O que só foi possível após 2003, com a lei que permitiu a livre adesão, quando as cooperativas de crédito abriram as portas para o mundo financeiro e permitiram como associados o público em geral, independente da sua profissão ou segmento de atuação.

Agro não segura PIB• A agropecuária conseguiu segurar as pontas no segundo trimestre de 2014 (abril/junho). Cresceu 0,2% em comparação ao mesmo período de 2013. Mas não foi suficiente para evitar a queda no Produto Interno Bruto (PIB) da economia brasileira, que mostrou um recuo de 0,6%, resultado que coloca o país em recessão técnica no primeiro semestre. O PIB da Agropecuária chegou atingiu R$ 82,5 bilhões, valor que significa estabilidade em relação ao primeiro trimestre, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os destaques que ajudaram a segurar a agropecuária foram o algodão com avanço de 25,4%, soja (6%) e mandioca (10,4%). Milho recuou 4,4% e café 6,5%. As variações tem relação com o desempenho de alguns produtos que possuem safra relevante no trimestre.

• O PIB do Brasil teve queda de 0,6% no segundo trimestre em relação aos três primeiros meses do ano e somou R$ 1,27 trilhão. Na comparação com o mesmo período do ano passado o recuo é de 0,9%.

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