Como primeiro produtor e maior exportador de carne de frango do país, o Paraná tem na avicultura uma das principais ferramentas de diversificação da propriedade rural. Mais do que isso, estabelece um componente econômico e social único ao pequeno produtor e à pequena propriedade. A mão de obra é familiar? Sim, na maioria dos casos. Isso é bom ou ruim? Depende do ponto de vista. Se considerarmos que a atividade remunera como a principal renda da propriedade, ótimo. Já sob a ótica de que o negócio não remunera adequadamente essa mão de obra familiar, pode ser que não.
De qualquer forma, um segmento de extrema relevância não apenas à cadeia produtiva do agronegócio, como à economia do Paraná. Você tem ideia de quantas cabeças de frango são abatidas por dia no estado? Não! Então se surpreenda. São mais de 3,5 milhões de aves/dia. Toneladas e toneladas de proteína animal para abastecer o mercado estadual, nacional e internacional. Números que fazem de uma atividade de pequenos produtores um grande negócio com impacto, sobretudo, nas economias regionais, mas também estadual e na balança comercial brasileira.
A relação entre as partes dentro e fora da porteira, entre produtor, integrador ou indústria precisa e está sendo revista. Questões de legislação e rentabilidade estão na pauta e são de difícil consenso. Opiniões diversas e interesses opostos estabelecem contradições. De qualquer forma, há evolução. Até porque, há representação, do produtor e da indústria na defesa de cada um. Embora em alguns momentos o poder e a pressão exercida por gigantes do setor comprometam o debate e coloquem o produtor em desvantagem, a avicultura não é mesma de 10 anos atrás como não será a mesma na próxima década. Há conquistas e transformações.
O fato é que o produtor hoje tem escolhas. Não muitas, mas tem. A nova avicultura, que redesenha o setor no estado, tem nova configuração. O futuro e as estratégias do maior produtor e exportador começam a se redefinir. Uma mudança que se posiciona como condição, que exige profissionalização, gestão, tecnologia e know-how de mercado. As milhões de cabeças de frango abatidas diariamente no Paraná vêm das granjas de milhares de avicultores. Mas vão para o abatedouro de três grandes grupos ou modelos de integração, se é que assim podemos definir.
Estamos falando das grandes companhias, como Sadia e Perdigão, das cooperativas, que juntas também são grandes, e de um o grupo de abatedouros que tem operação independente e estão integrados a partir de Unifrango. Cada qual com sua filosofia e modelo de negócio e gestão, elas disputam o mercado da carne e também a preferência do avicultor, o fornecedor da matéria-prima.
E para discutir essas e outras variáveis, com base no potencial da atividade, é que a Expedição Avicultura reúne nesta terça-feira (18) em Curitiba representantes de todos os elos da cadeia. A agenda marca o encerramento da Expedição Avicultura 2014, uma iniciativa do Agronegócio Gazeta do Povo (AgroGP) dedicado a apontar tendências desse setor. O projeto piloto foi realizado em 2012, com área de abrangência limitada ao Paraná. Em 2014, com o objetivo de cria um ambiente favorável à discussão nacional do setor, amplia sua área de influência e chega a Santa Catarina.
Os dois estados percorridos respondem por metade da produção e metade da exportação do Brasil. O país não é o maior produtor (está em terceiro), mas é o maior exportador mundial de carne de frango. Para constar, em valor a carne de frango foi o terceiro item da pauta de exportação do agronegócio do Brasil em 2013. Com vendas a 150 países, o faturamento foi de US$ 7,5 bilhões. Só perdeu para soja em grão e para o açúcar. A expectativa para este ano é que o valor dos embarques cresça entre 10% e 15% sobre o exercício anterior.
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