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Depois de quatro anos no negativo, a balança comercial paranaense volta a ter saldo positivo entre exportações e importações. Graças principalmente aos embarques do agronegócio, de janeiro a outubro deste ano o resultado acumulado ficou em US$ 1,9 bilhão, igual à marca registrada do saldo de todo o ano de 2009. O último desempenho no azul foi em 2009, com US$ 600 milhões.

À frente do comércio internacional estão produtos do agronegócio como frango, soja e milho. A carne de frango seria o grande destaque na última década, período em que as vendas do Paraná cresceram 63%, passando de 791 mil para 1,29 milhão de toneladas despachadas ao exterior.

Além de abrir novos mercados, como Arábia Saudita, principalmente ao frango, Índia e México, que passaram a comprar derivados da soja, o estado fortalece sua relação comercial com a China, o grande comprador mundial da oleaginosa.

Dependência

Isso é bom. Mas também é ruim, uma vez que amplia a dependência brasileira ante esses clientes, pela concentração de boa parte dos embarques de grãos para os mesmos destinos.

Mais da metade das exportações de soja do Paraná são para a China. Em 2015 os chineses já compraram do estado ou pelo estado quase US$ 3 bilhões, quase tudo em soja.

No ciclo atual, não apenas o Paraná como o Brasil devem bater recorde na exportação de carne de frango. Assim como de soja e de milho, que superam as 54 milhões de toneladas e 26 milhões, respectivamente.

Vale lembrar que o saldo tem muito a ver com a queda nas importações. Embora as exportações também tenham sido menores em relação ao ano anterior. Ocorre que as vendas tiveram um recuo proporcionalmente menor que as compras. Enquanto as compras no exterior caíram 25%, a receita com as exportações é 10% menor no período analisado.

Quarta riqueza

Após 65 anos na quarta colocação, o Paraná supera o Rio Grande do Sul e assume a quarta posição entre as maiores economias do país, atrás de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Também graças ao agronegócio, ou melhor, à agropecuária.

Em 2013, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) e o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), o Produto Interno Bruto (PIB) do estado cresceu 5,6%. Com isso, sua participação na geração de riquezas no país passou de 5,9% para 6,3%.

A agropecuária respondeu por 10,4% do PIB estadual, com aumento de 1,2 ponto porcentual em relação a 2012. No ano em que assumiu a quarta posição no ranking econômico, com 12,5% do bolo nacional, o Paraná também se posicionou como líder na produção agrícola.

Sustentação

Ok, mas isso foi em 2013. E para 2014 e 2015, qual seria a expectativa? Tanto IBGE como Ipardes não fazem projeções. Contudo, a julgar pelo comportamento da economia e do agronegócio nesses dois anos, seguramente o estado deve manter a posição conquistada em 2013. Como é grande a possibilidade de a agropecuária ampliar a sua presença no PIB estadual e na balança comercial. Por três condições básicas, que estão no aumento da produção, do consumo (interno e exportação) e na manutenção do câmbio valorizado, que favorece a receita com os embarques.

É a vocação natural, do estado e do país, que dá suporte e evita estrago maior na economia. Enquanto o PIB nacional deve encerrar 2015 no negativo, em pelo menos 3%, o agronegócio deve fechar o ano com crescimento próximo de 1%. Parece pouco, mas num cenário de recessão, crescer 1% é o mesmo que crescer 10%. Ainda mais quanto esse setor responde por quase ¼ do PIB ou da economia nacional, que é o caso do agronegócio.

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