O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) se antecipa à reestruturação ministerial prevista para o novo mandato da presidente Dilma Rousseff e começa com as baixas nos cargos comissionados. Seneri Kernbeis Paludo não é mais o secretário de Política Agrícola do Mapa. Ele deixou Brasília na última sexta-feira. Desde a posse, em 11 de abril, foram quase sete meses no comando da SPA.
Antes de ser chamado para o Ministério da Agricultura pelo conterrâneo, o atual ministro da Agricultura Neri Geller, ele respondia pela direção executiva da Federação da Agricultura e Pecuária do estado (Famato). Paludo justifica seu desligamento do Mapa a demandas de natureza pessoal. Ele volta para Cuiabá, no Mato Grosso, com destino profissional ainda incerto. Oficialmente ele não deve assumir nenhum cargo no estado.
Entre os motivos pessoais, no entanto, também há motivações de ordem profissional. O ex-secretário foi convidado a integrar a equipe de transição do governo estadual, que tem à frente o governador eleito Pedro Taques (PDT). Ele nega, porém, que irá compor o novo secretariado. A cotação do seu nome para a secretaria estadual da Agricultura seria mera especulação. Outra possibilidade, esta mais forte e mais simpática aos planos de Seneri, é voltar para o comando diretivo da Famato, entidade que o promoveu como liderança no cenário do agronegócio nacional.
Quem assume interinamente a SPA é Wilson Vaz de Araújo, que responde como diretor do Departamento de Economia Agrícola, área vinculada à Secretaria de Política Agrícola. Wilson é funcionário de carreira do Mapa. O mandato tampão deve seguir até a definição dos novos ministros do novo governo Dilma Rousseff (PT). É grande a chance de mudança no comando do Mapa. Como atual ministro, naturalmente Neri Geller é um nome cotado para permanecer no cargo. Cresce, contudo, as especulações com o nome da senadora Kátia Abreu, presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
E se Kátia Abreu realmente for a escolhida, um outro Vaz deve voltar para o ministério. É José Carlos Vaz, superintendente técnico da CNA e hoje um dos principais assessores da senadora na entidade. Vaz foi secretário executivo do Mapa na gestão do então ministro Mendes Ribeiro. Vaz foi diretor de agronegócio do Banco do Brasil. Funcionário de carreira no banco, onde se aposentou, foi lá que ele construiu sua referência e suas relações políticas e empresariais no ambiente do agronegócio. José Carlos Vaz é natural de Londrina, Norte do Paraná.
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