Cresce o movimento e também as chances de o paranaense Osmar Dias (PDT) assumir o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). O nome do ex-senador e atual vice-presidente de Agronegócio do Banco do Brasil está, mais uma vez, entre os cotados para ocupar o cargo. Osmar já esteve no páreo outras vezes, quando foi preterido por questões partidárias. Não deveria ser assim. Mas, nos últimos anos, o Mapa tem dono, que atende pelo nome de PMDB. Os últimos três ministros, Wagner Rossi, Mendes Ribeiro e Antonio Andrade – atual titular da pasta – são indicações do PMDB, endossadas e defendidas pelo vice-presidente da República, Michel Temer.

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Contudo, a falta de competência do partido nessas indicações pode mudar o rumo dessa história. Porque o legado e o desempenho desses três ministros começam a expor não apenas o agronegócio e o Ministério da Agricultura, mas também o governo federal. Antonio Andrade, por exemplo, que foi outra indicação nada técnica, quase que exclusivamente política, ficaria no cargo até março, quando iria se descompatibilizar para disputar como vice o governo de Minas Gerais. Mas deve sair antes. Provavelmente ainda neste ano. O descontentamento com o ministro – que tem desempenho abaixo da média e não dialoga com o setor – não deve mais ser tolerado pelo Palácio do Planalto. O partido do vice-presidente, no entanto vai insistir no comando da pasta. Entre os nomes que circulam em Brasília está o do suplente de deputado federal e ex-ministro dos Transportes Eliseu Padilha, do PMDB gaúcho.

A disputa então não está entre Osmar e Padilha. Mas entre o PT e PMDB, entre o vice Temer e a presidente Dilma Rousseff, em um processo quase que alheio às demandas e necessidades do agronegócio. De qualquer forma, hora de mudança também é hora de o setor se posicionar e tentar inverter a ordem desses critérios. O ministro pode, sim, ser um político. Não há mal nenhum nisso. Ao contrário, pode ajudar, desde que a condição primeira seja a de ministro e que haja comprovada competência para do cargo.

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Mas onde entra o PDT nessa história? Politicamente, Dilma e o PT devem essa não apenas ao PDT, mas ao Osmar Dias. De qualquer forma, se a indicação seguir a lógica e coerência, técnica e política, a experiência e competência do paranaense tem muito mais aderência à pasta. Porque o que Mapa precisa é resgatar sua imagem e suas atribuições mais técnicas do que políticas, coisa que o PMDB não está conseguindo fazer. Pelo menos não com as últimas indicações. A possível escolha de Osmar também tem a ver com eleições, de posicionamento do PDT e do pedetista. Tem relação com acordos e alianças, imposições e concessões que ainda não foram equacionadas com a sua indicação à vice-presidência do Banco do Brasil.

Mas vale lembrar que o partido já acertou a mão nesse mesmo ministério, quando da indicação do deputado federal Reinhold Stephanes (PSD), na época PMDB, em 2007, ainda no governo Lula. Hoje no comando da Casa Civil do governo Beto Richa, no Paraná, ele antecedeu as últimas três indicações do partido no Mapa. Stephanes permaneceu por três anos no Ministério da Agricultura, período muito próximo ao ocupado pelos seus três sucessores, juntos.

Porto 1

A polêmica envolvendo investimentos no Porto de Paranaguá revela que não há unidade entre demandas e interesses na modernização do terminal. As divergências entre os governos estadual e federal são técnicas e políticas, opõem entidades e segmentos produtivos que dependem ou então estão envolvidos, direta ou indiretamente à atividade portuária. E elas são legítimas, assim como o debate, que deveria ser natural, não fosse a falta de entendimento dentro de casa, que expõe, enfraquece e fragiliza as reivindicações e o posicionamento do Paraná em Brasília. Mais precisamente junto à Secretaria Especial dos Portos, autoridade que detém a competência não para administrar, mas para legislar sobre o Porto de Paranaguá.

Porto 2

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Da agricultura à indústria, os interesses do estado precisam ser e são comuns. O que parece é que ainda faltam elementos técnicos e mais diálogo para esse consenso. Produtores, cooperativas e indústrias, o público e o privado têm seus interesses, coletivos e individuais, que precisam ser respeitados, como também equacionados. Alinhados dentro de uma proposta mais abrangente, que beneficie o todo. E se não há entendimento é porque falta diálogo e discussão.

Porto 3

O porto é uma concessão federal. Isso é fato. Mas está no Paraná e é administrado pelo Paraná, o que significa que o estado precisa ser ouvido. Mas para ser ouvido o estado precisa, primeiro, resolver seus conflitos, ter unidade e buscar uma solução, que terá, necessariamente, que ser compartilhada.