O primeiro semestre foi de mudanças no ranking das exportações brasileiras. A pauta reforça a participação do agronegócio na economia interna e nas divisas ao país. O destaque fica por conta da soja em grão e da carne de frango. Os dois itens terminaram 2014 na segunda e na sexta colocações, respectivamente. Nos primeiros seis meses de 2015, a oleaginosa superou o minério de ferro e assumiu a ponta nos embarques. Já as vendas externas da proteína animal subiram dois degraus e saltaram para a quarta posição no acumulado dos seis meses deste ano.

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Maior produtor e exportador de carne de frango, com 35% de participação, o Paraná teve variação positiva do Paraná de 17,8% em volume e 8% em receita cambial. O Brasil cresceu 2% em volume e teve queda de 9,4% no faturamento em dólares. Em reais, no entanto, a receita nacional subiu 18%. A fatia do frango nas vendas internacionais brasileiras saltou para 3,2%. A soja em grão contribui com quase 14%. Junto com o farelo, participação da oleaginosa vai a mais de 17%.

Apesar do desempenho da soja e do frango, entre os 10 primeiros itens da pauta no semestre, apenas sete são do agronegócio. No fechamento do ano passado, o setor ocupava oito das dez primeiras posições do ranking. Na décima posição, sai o milho e entram os aviões da Embraer.

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Porco busca espaçoLíder na exportação mundial de carne de frango, o Paraná quer ampliar sua presença no mercado de suínos. A cooperativa Batavo, que a partir deste mês é rebatizada como Frísia, inaugurou na semana passada uma nova Unidade Produtora de Leitões (UPL) na região dos Campos Gerais. Foram R$ 40 milhões em investimentos. Os cooperados que trabalham com suínos terão de investir outros R$ 40 milhões nas granjas. Do outro lado do estado, a Frimesa, na região Oeste, se prepara para investir R$ 450 milhões em um frigorífico para o abate de porcos. O país detém quase 50% do comércio internacional de carne de frango. Na carne suína, é o quarto produtor e também o quarto exportador.

Definição nos EUAO Brasil deve ampliar área e produção de soja na temporada 2015/16. Isso é fato. A dúvida ainda é de quanto deve ser esse aumento. Na prática, a resposta virá com o início do plantio, em outubro. As projeções, ou melhor, especulações, no entanto, ganham força a partir de quarta-feira, com a divulgação de um novo relatório sobre a safra dos Estados Unidos.

Maiores produtores mundial da commodity – pelo menos por enquanto –, os agricultores norte-americanos, que enfrentaram problemas para plantar e também na fase inicial de desenvolvimento das lavouras, por conta da alta umidade, agora sofrem com o calor e falta de chuvas. O relatório do USDA, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos desta semana é o primeiro do ciclo atual que traz dados a partir de uma pesquisa de campo.

Em tese mais realista, a considerar que os anteriores eram mais matemáticos, baseados em médias históricas, o levantamento atual não chega a ser decisivo, mas com certeza preponderante na intenção de cultivo no Brasil e na América do Sul. Existe apreensão em relação à verdadeira extensão de área cultiva, bem como sobre o real estado das lavouras em termos de menor produtividade. A previsão inicial era para 108 milhões de toneladas de soja. Consultorias internacionais já trabalham com uma produção perto de 103 milhões. Mas não será nenhuma surpresa se o potencial revisado vier para perto de 100 milhões de toneladas.

Brasil na disputaNo Brasil, conforme avaliação prévia da Expedição Safra do Agronegócio Gazeta do Povo, há espaço no campo e no mercado para um aumento de 3,5% na área, ocupação que pode elevar a produção a 99 milhões de toneladas. A depender do cenário apresentado pelo USDA no dia 12, a temporada será disputada palmo a palmo, tonelada a tonelada entre Brasil e Estados Unidos na liderança da produção e também da exportação.

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