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Opinião

A pecuária e o churrasco em transição

O Brasil dá passos importantes em 2015 não só em logística, mas também na pecuária, mostra a edição de hoje do Agronegócio. No Paraná, as discussões se aprofundam em relação à suspensão da vacina contra a aftosa, e são acompanhadas com interesse em outras regiões do país. Isso porque, o que for decidido aqui terá reflexo na condição sanitária de outros estados num ano de forte expectativa de aumento nas exportações.

A pecuária se movimenta e, dos leilões e julgamentos como os programados para esta semana na Expoingá, em Maringá (Centro-Oeste do estado), aos programas de melhoramento genético que mobilizam a indústria, tenta se superar para não perder oportunidades. A abertura do mercado norte-americano, esperada ainda para este ano, promete colocar carne brasileira nos hambúrgueres mais consumidos do planeta. E, mesmo que seja apenas para temperar o alimento do carne magra, trata-se de um inegável voto de confiança.

Se tudo der certo, o Brasil vai vender mais carne lá fora. O risco imediato é de um aperto na oferta interna, que poderia fazer com que o churrasco, em forte alta nos últimos dois anos, ficasse ainda mais caro. Mas isso não precisa ocorrer.

Segundo a Associação Brasileira dos Cridores de Zebu, é verdade que o suprimento da demanda global depende da produção brasileira. Mas há saída para aumentar essa produção. A ABCZ é gestora de um programa nacional de melhoramento genético. Em 2014, houve 6 mil novos registros genealógicos, que mobilizam 13 mil técnicos em campo, com a meta de garantir um volume maior de carne por animal.

O fato de a demanda internacional estar crescendo e de o Brasil estar tentando abrir mercado de exportação significa aumento no volume de negócios. Se o churrasquinho se tornar artigo de luxo – como já se tornou para muitas famílias – será por inércia na capacidade de resposta ao mercado.

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