A baixa rentabilidade passa a representar ameaça concreta para regiões agrícolas com chuva irregular e para setores inteiros da agricultura, mostra a edição de hoje do Agronegócio. Sem ter como mudar o mercado, o setor primário tem que buscar outros formas de reagir e de evitar o pior.

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No caso do trigo, apesar da vocação comprovada da Região Sul para a cultura, a colheita recorde está se convertendo em fator de desestímulo aos produtores, pela queda nos preços. As cooperativas buscam garantir liquidez mínima e a indústria investe em armazenagem. Mas falta reduzir custos para transporte da produção do Sul para o Norte e o Nordeste e rever as próprias relações internacionais de mercado.

No caso da soja, num ano de lucratividade limitada, o clima seco previsto para os próximos dias tende a forçar o replantio de áreas extensas em estados como Mato Grosso, o que representa despesas extras e prejuízo, além de complicar a semeadura do milho de inverno no início de 2015. Mesmo no Paraná, onde o risco de prejuízo é menor, muitos produtores confirmam lucratividade nula. Mas adiantam: vão buscar compensação com mais eficiência e aumento na produção, nas próximas safras.

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Os problemas do agronegócio não podem ser resolvidos do dia para a noite. Boa parte da reação da agricultura diante de um período como o atual resume-se à uma guerra contra os custos, uma preocupação que nunca abandona o setor, mostra reportagem especial da série Raio X da Produção.

O controle dos gastos não exige redução no investimento em tecnologia. Mas requer rapidez na identificação de problemas que vão de desperdício a gargalos logísticos, bem como mudanças na direção certa.

E as alternativas não se esgotam por aí. Para a crise da soja, o replantio e a comercialização estratégica. Para a do trigo, a reorganização da cadeia e, se necessário, a opção pelo milho. Para a crise do milho, a produção de etanol com uso maior do grão no mercado interno. Para a da cana, uma política mais equilibrada na competição com o petróleo e a produção de eletricidade com bagaço. Há muito mais a fazer do que esperar a chuva.