Em época de cotações internacionais menos lucrativas, uma série de segmentos do agronegócio — incluindo soja, milho, trigo, café e pecuária leiteira — passa por ajustes relacionados à produção e ao mercado. Uma demonstração de que o setor não está parado diante do que não pode controlar.
O caderno Agronegócio mostra os caminhos que a cafeicultura trilha para superar o período de quebra climática, a busca de recursos por parte das cooperativas agroindustriais do Paraná, a união do Sul em torno da produção e da exportação de leite e as discussões políticas que prometem avanço às mais diversas cadeias produtivas. O mercado das commodities é o pano de fundo desse cenário e dá tom de urgência a cada um dos assuntos.
Ciente de que precisa ser cada vez mais competitivo, o agronegócio brasileiro não se limita a buscar lucro nem acomoda-se em uma zona de conforto. As noção de que, até para manter posições alcançadas ao longo dos anos, é necessária constante renovação, leva ao monitoramento de problemas crônicos e pontuais.
O caso do café mostra como o mercado exige uma postura que transcende às lavouras e ao próprio beneficiamento. Além de trabalhar para uma recuperação dos cafezais, o setor aprende com referências do mercado externo. É necessário mais do que agregar valor ao grão. A julgar pelo exemplo colombiano, o marketing se tornou ferramenta fundamental, que a cafeicultura brasileira ainda não domina.
Os ajustes que a cadeia do leite da Região Sul vem buscando, por outro lado, refletem a importância de se organizar a “casa” para o avanço de planos mais ambiciosos de exportação. Um movimento que também serve de exemplo a outros setores, principalmente aos que estão sem coordenação.
Num ano em que o carro-chefe, da soja e do milho, perde lucratividade, a importância de setores alternativos torna-se mais evidente. Para que a dependência de produtos primários seja reduzida, é necessário que esses segmentos de apoio evoluam permanentemente.
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