Em outubro de 2005, quando a suspeita de febre aftosa se espalhou no Paraná, a pecuária sabia que teria perdas astronômicas. No início de 2006, a crise se confirmou. Além do sacrifício de 6,7 mil animais, seria necessário enfrentar bloqueio nas exportações, desconfiança sanitária internacional. Só não se imaginava que as consequências da “crise da aftosa” durariam tanto.
Na época, a avaliação era de que o estado deixava de faturar R$ 5 milhões por dia, considerando o volume de carne bloqueado no exterior e nos estados brasileiros vizinhos. Nos anos que se seguiram, a carne do Paraná acabou sendo direcionada para o mercado interno, mas a produção nunca mais decolou.
Agora, em 2014, a pecuária bovina está atingindo volume de exportação comparado ao de 2005, mostra reportagem de capa desta edição. Trata-se de um marco simbólico. A recuperação do status de área livre da aftosa ocorreu em 2008, mas uma série de outros bloqueios foram enfrentados.
Essa demora, entretanto, reflete as dificuldades enfrentadas na reabertura de cada porta que se fecha no mercado internacional da carne bovina. E também a seriedade necessária em relação à sanidade agropecuária.
O retorno ao patamar de 38 mil toneladas por ano na exportação não significa que as perdas foram zeradas. Poderíamos estar bem adiante. Mas, ficar olhando para trás não é a solução.
O concurso público que estrutura a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), assunto de outra matéria desta edição, mostra o reforço na vigilância. As contratações são requisito para que o estado alcance o status de área livre da aftosa sem vacinação. Só depois de ampliada a fiscalização e o controle é que o Paraná deverá subir novo degrau diante da Organização Internacional de Saúde Animal (OIE).