Os planos de expansão do agronegócio vêm sendo colocados em prática numa época em que o Brasil ainda não conta com infraestrutura para ampliar rapidamente a produção de grãos. Faltam estradas, ferrovias, armazéns, portos, energia elétrica, telefone, internet. Essas barreiras são conhecidas mas, num ano em que o mercado estimula o cultivo e anima toda a cadeia da soja, pareciam menos limitantes.

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Em pleno plantio de verão, caminhões lotados de milho da última safra se encarregam de mostrar que esses problemas são concretos, que não vão desaparecer enquanto não forem tomadas as devidas providências. Produtores e transportadores revoltados pedem condições para simplemente trabalhar. De Norte a Sul, o país precisa de projetos e investimentos.

O caderno Agronegócio de hoje mostra a situação angustiante que o setor enfrenta. Por muito tempo incompreendida no meio urbano, a agricultura não pode crescer contando apenas com simpatia da opinião pública ou do governo. Alicerce da economia, ganha cada vez mais importância como fonte de riqueza no país. Mas não recebe retorno suficiente para se transformar numa área estratégica e explorar seu potencial rapidamente.

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Cultivar a terra, produzir grãos, estruturar projetos agroindustriais nunca foram tarefas fáceis. Neste momento, no entanto, a sensação é de que grandes oportunidades podem ser perdidas por falta de planejamento e sensibilidade do país em relação a seu próprio potencial.

Desde que iniciou a série de viagens da fase plantio, há um mês, a Expedição Safra registra apelos por ações rápidas e eficazes em todas as regiões. Não bastam promessas de asfalto ou apenas reformas, é preciso ampliar a malha rodoviária. Não bastam projetos, é necessário estender os trilhos e colocar as ferrovias a serviço do transporte de grãos. O bonde do agronegócio não vai passar apenas nesta safra, mas bem que o setor gostaria de não ter de esperar, ano após ano, a próxima embarcação.