A última semana foi decisiva para a produção sul-americana de grãos. Depois de algumas regiões registrarem até três semanas de estiagem, a chuva voltou e trouxe alívio aos produtores de soja e milho.
No Sul e no Centro-Oeste do Brasil, a preocupação estava crescendo e deve haver replantio. No Paraguai, onde as primeiras lavouras da oleaginosa da América do Sul começam a florescer, a agricultura comemora o clima mais úmido. Nas regiões que ainda não tinham iniciado o plantio ante o tempo seco, incluindo Sul e Nordeste do Brasil e Argentina, ainda há tempo.
Se tudo correr bem daqui para a frente, no final da temporada 2014/15, esse início conturbado deve representar apenas um susto. Pelo menos em relação ao volume da produção. Já em relação aos preços, o que pesa é a colheita estrondosa dos Estados Unidos, que está sendo monitorada nesta semana pela Expedição Safra Gazeta do Povo.
O Agronegócio acompanha os trabalhos de campo e o comportamento do mercado dos EUA sem interromper o monitoramento da safra no Brasil. Nos dois lados, a tendência continua sendo de safra ampliada. Uma guerra de gigantes em que a vitória é de quem tem mais competitividade e potencial de expansão.
Mesmo dentro do Corn Belt, a pressão da oferta causa variações de mais de 15% nas cotações, uma demonstração do que pode estar por vir no mercado internacional, dependendo sempre da demanda. É justamente nesse ponto que a América do Sul continua calçando seu plano de expansão. Se não há perspectiva de elevação nos preços no curto prazo, no correr dos anos o consumo de alimentos certamente vai crescer.
O que está em definição é justamente uma avaliação sobre a necessidade de ajustes nas projeções. Qual a taxa de crescimento na produção mais adequada para as próximas temporadas?Será viável continuar ampliando as lavouras em regiões de novas fronteiras como Mato Grosso e no polo produtivo de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia? Qual o limite da sustentabilidade?
Mesmo regiões com lavouras consolidadas podem ter de se readequar. Menos rentável, a soja abre espaço para culturas que vinham perdendo área. Da bovinocultura ao milho e até a erva-mate, relatam os produtores do Paraguai. Um ano de reviravolta, de confronto constante no mercado, que pede redefinições.
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