Os problemas climáticos estão exigindo revisões constantes nas previsões de safra neste ano. A edição de hoje do Agronegócio mostra nova avaliação da Expedição Safra Gazeta do Povo, que aponta redução de 2,1 milhões de toneladas na produção de soja de Paraná e Mato Grosso.
As perdas, de acordo com a equipe de técnicos do projeto, são expressivas e irreversíveis principalmente no Norte do Paraná. Mas os números finais da temporada ainda serão ajustados. Um terço das lavouras da oleaginosa nesses dois estados, responsáveis por 47% da colheita nacional, continua no campo. E nas demais regiões o calendário agrícola é mais tardio, com uma proporção maior da safra indefinida.
A previsão de safra recorde ficou para trás no Paraná, mas deve ser confirmada nos próximos dias em Mato Grosso. Apesar de o estado do Centro-Oeste estar sendo prejudicado pelo excesso de chuvas, os produtores colocam em ação toda sua estrutura de máquinas em cada oportunidade de avanço na colheita. O desenvolvimento das plantas e o enchimento dos grãos está definido nos dois estados, restando contabilizar as perdas da reta final do ciclo.
A preocupação com a chuva no arremate da safra no Centro-Oeste e com a oscilação climática no Centro-Norte reforça a importância das sondagens conectadas ao campo. A Expedição Safra está voltando a Mato Grosso nesta semana para complementar seu banco de dados e, na sequência, vai percorrer Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Paralelamente, técnicos e jornalistas conferem a conjuntura da Argentina e do Paraguai.
Num ano como o atual, são necessários os dois pés no campo para a geração de informações de qualidade, efetivamente ligadas à realidade do agronegócio. Só essa estratégia é capaz de antecipar dados e análises e apontar, a partir de uma base concreta, as tendências do setor.