Valores crescentes serão anunciados nesta semana para financiamento da safra 2013/14 da agricultura familiar e da empresarial, mostra a edição de hoje do caderno Agronegócio – uma aposta do país no aumento da produção agropecuária. O anúncio de hoje, direcionado à agropecuária comercial, tenta sustentar a produção de larga escala, engatilhar superávit na balança comercial, dar corda à evolução da exportação de commodities. O plano que será divulgado quinta-feira – elaborado para apoiar pequenos produtores – visa garantir a produção de alimentos que chegam in natura à mesa dos brasileiros e, entre outras questões, conter a inflação.
As conexões do agronegócio com outros setores da economia ficam claras nas apostas e em seus objetivos. Cada valor ou taxa de juros anunciados tem um direcionamento. O que fica evidente é um Plano Safra de fortalecimento do médio produtor, a intenção de ampliar a estrutura de armazenagem, a previsão de novo crescimento na área plantada, que acaba de passar de 51 milhões para 53 milhões de hectares.
Boa parte das reivindicações do setor produtivo não está sendo atendida, mas o país nunca contou com tantos recursos para financiamento. A capitalização do agronegócio verificada nos últimos anos tende a contribuir para esse processo de crescimento e até determinar a expansão. Os investimentos das multinacionais e das companhias brasileiras apontam nesta direção.
O ciclo de expansão do agronegócio que transparece nos números anunciados pelo governo prevalece sobre a informação de que haverá mais dinheiro a juro subsidiado disponível nos bancos. A realidade que se impõe é de um comprometimento conjunto com uma perspectiva de aumento na participação do mercado internacional de commodities agrícolas e de estruturação do setor. Se os recursos forem bem aplicados, de forma responsável e adequada, abrirão caminho para a concretização de metas previstas para daqui 20 anos num prazo até menor do que o imaginado.