O anúncio do Plano Agrícola e Pecuário (PAP) agendado para esta terça-feira faz com que as tensões dos mais diversos setores da economia voltem-se para Brasília. O orçamento e os juros do crédito rural vão ajudar a dosar o ânimo dos produtores na próxima temporada e sua contribuição para a positivar os índices ligados ao Valor Bruto da Produção (VBP), ao Produto Interno Bruto (PIB) e à balança comercial.

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As previsões não são das melhores, até mesmo pelo momento que o agronegócio atravessa. O setor não está isolado de outros segmentos da economia e sente impacto dos problemas econômicos que afetam o país. A própria elevação no juro padrão dos financiamentos, que está em 6,5% ao ano e deve subir ao menos dois pontos, é uma consequência da inflação.

O agronegócio enfrenta também queda na renda bruta devido à desvalorização das commodities no mercado internacional, que passa de 25% em um ano. Um quadro que se formou nos últimos dois anos, com safras volumosas, que cresceram mais que a demanda.

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Com preços menores e custos financeiros mais elevados, o agronegócio brasileiro dá sinais de que vai continuar se expandido. Na última semana, começaram a surgir previsões de novo aumento na área da soja. Com o costumeiro avanço em produtividade, não será surpresa se o país atingir 100 milhões de toneladas da oleaginosa em 2015/16 –com 5 milhões de toneladas de incremento.

Mas esse avanço não pode ser atribuído somente ao crédito rural. Vem sendo planejado ano a ano e segue as previsões de crescimento na demanda mundial por proteína. Além disso, o crédito oficial dá conta de apenas um terço do custeio da produção. Conforme as estimativas do setor produtivo, um terço é financiado pelo setor privado e o restante dos recursos sai do bolso do produtor. Por outro lado, a disponibilidade de recursos e os juros abaixo dos praticados no mercado são essenciais – uma aposta que o país confirma no setor que mais tem crescido e que dificilmente enfrentará crise crônica nos próximos anos.