Além de viabilidade econômica e de infraestrutura, a agricultura precisa de condições ambientais para avançar na produção de larga escala. A preocupação com fontes de água e com o próprio equilíbrio da vida no campo vem se tornando mais presente, mostra esta edição do Agronegócio. A reportagem sobre as práticas que tornam a pulverização com uso de aviões mais econômica e tão segura quando a feita por meio de tratores é um exemplo dessa tendência.
O setor produtivo se organiza e tenta se antecipar a restrições contra as pulverizações aéreas. Cria instrumentos para difusão de informações imprescindíveis às fazendas e aos pilotos. Abre caminho para a evolução de práticas pela via da iniciativa consciente e sustentável. Evita cobranças, notificações, multas e, o mais importante, reduz os impactos ambientais do uso de produtos químicos necessários ao cultivo.
Para garantir sustentabilidade, é preciso mais do que antecipar respostas aos órgãos ambientais. O agronegócio age corretamente ao assumir a responsabilidade pelos impactos da produção agrícola. Mostra consciência de que a própria lavoura depende da preservação. O cuidado com o solo, com as águas, com o ar se converte em produtividade no longo prazo.
A escolha e a aplicação racional dos produtos químicos exigem conhecimento e cuidado, aponta a indústria. Os especialistas defendem que é possível reduzir impactos e, ao mesmo tempo, cortar custos de produção. E, quando esses dois critérios estão diretamente ligados, melhor para o campo.
Iniciativas como essa podem mudar a ideia de que a produção sempre se contrapõe à preservação. O uso de recursos naturais é invariavelmente impactante, mas não precisa ser agressivo. Quando é possível minimizar as interferências na natureza, os investimentos valem duplamente a pena.
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