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A boa produção de milho de inverno está agravando os problemas logísticos enfrentados para o escoamento da safra de verão, mostra a edição de hoje do caderno Agronegócio. Os produtores, animados com o clima favorável e a boa produtividade, recebem um balde de água fria do mercado. Os preços estão em queda e refletem a limitação da demanda internacional. A falta de espaço nos armazéns eleva custos e tornar as margens ainda mais apertadas.

O quadro era previsível, mas, agora, sem nenhum fato novo que eleve as cotações ou alivie o congestionamento nas estradas, põe o agronegócio num beco sem saída. Setor produtivo e governo concordam que será necessário realizar nova bateria de leilões, como ocorreu em 2010, quando o setor produtivo amargava prejuízo principalmente em Mato Grosso, onde as cotações são menores justamente pelo alto custo de transporte.

O Paraná, apesar de ainda registrar cotação acima dos preços mínimos para o milho, tem total interesse na intervenção do governo no mercado. Como ocorreu três anos atrás, a produção do Centro-Oeste pressiona as cotações no Sul e tira viabilidade de regiões com excelência no cereal. Marcas próximas de 10 mil quilos por hectare, comparadas às das regiões mais produtivas do mundo, passam a ser pouco.

Mais uma vez o setor terá de discutir as soluções de curto e de longo prazo. A saída mais adequada é a industrialização da colheita, para produção de derivados ou conversão de grãos em carne de aves e suínos, setores que também estão com demanda limitada neste momento.

A demanda internacional por alimentos continua crescendo, mas por enquanto não dá conta da oferta quando todos os países exportadores têm boa safra. Os estoques internacionais baixos estão sendo recompostos para níveis mais confortáveis, reduzindo cotações do cereal. A pressão coloca em situação difícil justamente países com problemas logísticos.

Isso não significa que o Brasil deva colocar o pé no freio e reduzir a produção de alimentos, mas sim que os investimentos em infraestrutura se tornaram decisivos. A estrutura de escoamento passa a ter o poder de determinar a lucratividade da safra.

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