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Opinião

Editorial Financiamento maior pede mais seguro

O Plano Agrícola e Pecuário (PAP) ganhou importância para a produção rural brasileira, mostra a reportagem de capa desta edição do caderno Agronegócio. Que o volume de recursos havia aumentado, não era novidade. No entanto, na comparação com o avanço da produção, da área plantada ou dos custos, percebe-se que os recursos com juros subsidiados financiam uma proporção maior da agropecuária. Nem por isso, há menos riscos na atividade.

Os R$ 175 bilhões que o agronegócio reivindica para a safra 2013/14 – ante os R$ 133,2 bilhões disponíveis em 2012/13 – mostram que, se o governo permitir, o setor pretende usar cada vez mais o Plano Safra. Não se trata de dinheiro público, como pode ficar parecendo à primeira vista. Mas, sim, empréstimo com juros subsidiados pelo Tesouro Nacional.

A agropecuária conta com financiamentos a juros menores que os praticados no mercado, um chamariz para os produtores. Nos últimos seis anos, período em que os recursos do PAP dobraram, a taxa padrão caiu duas vezes. Primeiro de 8,75% para 6,75% (2006) e depois para 5,5% (2012). Ou seja, acompanhou as tendências internas. A taxa Selic, que era de 13% ao ano, foi reduzida a 7,25% no mesmo prazo.

Embora a diferença entre as taxas tenha diminuído, é fato que os recursos do PAP continuam sendo mais baratos. E tornaram-se essenciais para a produção. Para plantar duas safras numa área de 500 hectares ao ano, um produtor movimenta perto de R$ 1 milhão, valor que não para em sua conta bancária. Sem apoio do governo, teria de pagar juros de mercado e perderia competitividade.

Quem tem as contas em dia e consegue tomar os financiamentos, no entanto, precisa lidar com alto risco. Só uma safra lucrativa permite a quitação dos financiamentos, e o clima parece variar cada vez mais. Para garantir a quitação das operações de custeio e investimento, só mesmo com um sistema de seguro agrícola mais desenvolvido.

Os recursos oferecidos pelo sistema de crédito não saem de graça. Pesam no bolso do governo e do produtor. Trata-se de investimento no projeto de ampliação contínua da produção de alimentos. O desenvolvimento de um sistema de seguro não é so uma medida de precaução ante o risco de endividamento. Torna-se essencial para que essa aposta tenha o resultado esperado.

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