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A nova dimensão da safra de milho de inverno torna ultrapassado de vez o adjetivo “safrinha” para denominar o ciclo plantado logo após a safra de verão. O indicador da Expedição Milho Brasil, capa desta edição do caderno Agronegócio, atesta que a segunda colheita da temporada 2012/13 ultrapassará a primeira em 4 milhões de toneladas. E essa mudança tem tudo para se consolidar nos próximos anos, a julgar pela forma como o setor administra esse salto produtivo.

O plano de expansão da produção brasileira de grãos abrange não apenas o milho, que neste momento tem oferta maior que a demanda. A área da soja vem sendo ampliada ano após ano, atendendo ao aumento no consumo mundial. E a oleaginosa é que determina, de Mato Grosso ao Paraná, a extensão da segunda safra de milho.

Cultivada cada vez mais cedo e com sementes precoces, a soja abre caminho para a segunda safra do cereal em janeiro de cada ano. Os produtores passam a avaliar o cultivo de milho de inverno dentro de um plano anual de uso da terra, em que a renda global determina a viabilidade da produção agrícola. Vale mais apostar na soja no verão e deixar o milho para a estação fria, quando as alternativas são trigo, cevada, aveia, culturas com mercado bem menor.

A soma das duas safras de milho de 2012/13 (verão e inverno) chega a 76,88 milhões de toneladas, 4 milhões a mais do que o resultado da temporada anterior. Não muito longe do volume da soja, que é o grão mais produzido no país e rendeu 81,6 milhões de toneladas no último verão, conforme o indicador Expedição Safra.

Os preços em queda alertam que será necessário encontrar novos mercados para o cereal. A previsão é que apenas 20% do milho 2012/13 sejam exportados. O estoque final de 2013 será pelo menos três vezes maior que o registrado nos últimos anos, um volume acima de 16 milhões de toneladas.

Outra questão: a safra de inverno ainda rende menos por hectare. O Paraná alcançou 7,9 mil kg/ha no verão, marca reduzida agora a 4,9 mil kh/ha. Ou seja, o milho ainda pode crescer em área e rendimento, para um futuro com mercado mais amplo e renda mais estável.

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