Fevereiro de definições

O próximo mês será decisivo para a produtividade da safra brasileira de soja e milho de verão, cuja colheita começa a ganhar ritmo, ao mesmo tempo em que promete definir a receita de mais da metade da produção, ainda sem preço afixado. De um lado, o clima, que se tornou mais chuvoso nas últimas semanas, mas segue com irregularidades. De outro o mercado, que pressionava as cotações para baixo e tinha, na alta do dólar, um amortecedor, agora comprometido.

O caderno Agronegócio mostra, nesta terça-feira, como esses dois aspectos estão se concretizando e retoma o trabalho de sondagem de campo com a Expedição Safra Gazeta do Povo para acompanhar de perto as tendências e traduzi-las em primeira mão. As viagens começam justamente pelos estados que deram início ao plantio em setembro, Paraná e Mato Grosso, e que começam a consolidar números sobre a temporada.

O potencial de 96 milhões de toneladas de soja e 32 milhões de toneladas de milho - alicerces da previsão de 202 milhões de toneladas de grãos, lançada em dezembro pela Expedição - não depende apenas desses dois estados, é claro. A força da produção da região do Cerrado, que se estende até o Nordeste, cresce a cada ano. Por outro lado, definida a situação na faixa que compreende Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e Minas, mais da metade da produção estará garantida.

Neste momento, os técnicos se dividem ao avaliar o impacto da falta de umidade nas áreas mais castigadas pelo clima. Parte aposta em recuperação e parte relata que muitas lavouras estão irregulares e não expressarão seu potencial genético. A expectativa é que os avanços tecnológicos que elevaram a produtividade na última década ofereçam suporte diante das condições climáticas.

Técnicos e jornalistas vão levantar e mostrar pelo site www.agrogp.com.br o que ocorre no campo em tempo real durante as viagens da Expedição. Os próximos roteiros se estendem ainda aos vizinhos Argentina, Paraguai e Uruguai. Diariamente, as tendências estarão sendo desenhadas e difundidas, permitindo o monitoramento da safra do Brasil e da América do Sul de qualquer lugar do mundo.