A agropecuária não tem dúvida de que o Brasil deve assumir a liderança na produção e na exportação de soja e de carne bovina. Mas, por hora, esse plano fica adiado, mostra reportagem de capa do Agronegócio desta terça-feira (26). Os números em si não são surpresa para o setor. Mas o fato de o país ser ultrapassado, mesmo que temporariamente, nas vendas externas das duas principais commodities agrícolas merece atenção.

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Uma série de questões surge a partir desse quadro. Em relação à carne de gado, a principal delas é inevitável: será que o país está aproveitando bem a demanda global para ampliar produção e exportação? Pode-se responder essa pergunta com outras: Por que o Brasil não adotou estratégia para chegar antes que a Índia a mercados da Ásia, do Oriente Médio e da África? Houve acomodação do setor diante dos sinais de que haveria maior demanda global em mercados que pagam pouco? A pecuária brasileira está focada demais no mercado interno e espera preços recordes para reagir?

São questões com respostas múltiplas. A distância e o custo de transporte não impedem predominância brasileira na exportação de soja em grão e frango congelado para as mesmas regiões que estão consumido carne vermelha indiana.

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As questões relacionadas à exportação de soja serão respondidas dentro de um ano. O Brasil vem expandindo a produção da oleaginosa continuamente. E busca garantir sustentabilidade econômica, ou seja, preço equilibrado.

Porém, as duas safras norte-americanas acima de 100 milhões de toneladas são realmente pontos fora da curva? O Brasil vai conseguir chegar a volume similar mantendo seu ritmo de expansão das lavouras e da produtividade?

Na década que se encerra em 2023/24, a meta do Brasil é aumentar em 40% a produção de soja, atingindo 118 milhões de toneladas – 65 milhões para exportação. Na carne bovina, a intenção é avançar 23% e chegar a 14 milhões de toneladas – 2,9 milhões toneladas para o mercado externo. Se esses números forem atingidos, a liderança tende a ser recuperada, mais cedo ou mais tarde.