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O ritmo de expansão das lavouras de grãos de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia (MaToPiBa) tem sido mais acelerado que o das demais regiões do país. Em sua décima viagem pela nova fronteira agrícola, a Expedição Safra Gazeta do Povo – projeto técnico-jornalístico que foi a campo pela primeira vez oito anos atrás, no Paraná – conferiu que o ânimo do Centro-Norte impulsiona o agronegócio brasileiro.

A dimensão do potencial do MaToPiBa só pode ser sentida, em sua essência, no meio de uma fazenda no Paiuí. Olha-se para todos os lados e o que se vê são áreas incrivelmente planas, numa imensidão com nuvens que funcionam como regadores flutuantes, precipitando-se em pontos aparentemente isolados.

Os agricultores do Piauí costumam dizer que, se a Terra não tivesse montanhas, seria como os chapadões que estão sendo transformados em lavouras há três décadas.

E boa parte dessa região – onde o horizonte é realmente uma linha reta – ainda será aberta pela agricultura. Áreas gigantes de cerrado e de pastagens degradadas têm umidade suficiente para o cultivo de grãos entre outubro e abril. E um diferencial importante: localização privilegiada.

A maior parte dos tapetes de grãos de Maranhão, Tocantins e Piauí está a menos de mil quilômetros do Porto de Itaqui, em São Luís (MA). Essa vantagem logística sobre outros polos de produção – em que os caminhões de grãos percorrem distância o dobro maior – deve aumentar. A Ferrovia Norte-Sul promete mais espaço para o transporte de soja e milho. Além disso, o Rio Tocantins tem potencial para se tornar uma larga hidrovia, com investimento inicial em duas eclusas, apontam os especialistas.

Serão três vias paralelas de escoamento: de asfalto, ferro e água. Sem falar na ampliação dos portos do Arco Norte, que vão aproveitar as dimensões ampliadas do novo Canal do Panamá para carregar navios com até mais de 100 mil toneladas de grãos, o dobro do volume carregado nos portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR).

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