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As previsões de que o Brasil terá uma supersafra de soja no verão e produção de milho ampliada no próximo inverno sustentam em boa medida os preços internacionais das commodities agrícolas observados atualmente. No entanto, como mostram os dados levantados em campo pela Expedição Safra Gazeta do Povo na última semana, o destempero do clima observado principalmente no Rio Grande do Sul mostra que as estimativas de safra deverão ser revistas.

Não há quebra climática nem certeza de redução na produtividade, mas a agricultura não pode mais contar com a colaboração do El Niño para superação de índices de safras anteriores na Região Sul, mostra a edição de hoje do caderno Agronegócio. Os produtores e técnicos ouvidos pela Expedição adotam uma posição mais comedida do que há um mês na hora de avaliar o potencial das lavouras.

Novamente, quem deve sustentar as previsões públicas e privadas sobre a colheita é o Centro-Oeste. A região teve atrapalhos no plantio mas vem recebendo chuvas suficientes e, mesmo sem El Niño, tende a ampliar os resultados das lavouras. A própria expansão da área de grãos sobre as pastagens dá fôlego extra a estados como Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

Os últimos anos têm mostrado que os resultados de uma safra dosada pelo clima apresentam grandes variações de região para região, mesmo que não haja uma redução ou elevação significativa nos números nacionais. Isso interfere decisivamente nas economias dos estados. Com quebras mais frequentes, os produtores gaúchos tem mais dificuldade para se capitalizar. Não fosse o bom momento dos preços internacionais, poderiam amargar forte prejuízo.

Por outro lado, o que se vê em Mato Grosso do Sul e Mato Grosso é um quadro de cobrança. O agronegócio reclama porque a ampliação da infraestrutura não o acompanha. As discussões se pautam em temas como custo logístico, investimentos públicos e privados, novas rotas de exportação. O privilégio da regularidade climática, assim, vem ampliando a força da região na economia nacional.

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