A safra de 2014/15 entra em seu segundo capítulo agora, com o avanço do milho de inverno e do plantio de trigo, mostra a edição de hoje do caderno Agronegócio. Apesar de a renda da safra de verão ainda não estar definida, pelo fato de as vendas seguirem baixas e de os preços ainda sofrerem influência do câmbio e das notícias de aumento na produção –que pipocam tanto na América do Sul quanto na América do Norte, onde o assunto já é a temporada 2015/16 –, o campo faz suas apostas nas lavouras do frio e busca o melhor resultado possível a partir do cultivo da terra.
Volume não deve faltar. A safra de inverno tem assumido cada vez mais importância nos principais estados agrícolas do Brasil. O milho de inverno se torna mais volumoso que o de verão no Paraná, numa diferença de 10 milhões para 4,7 milhões de toneladas. Em Mato Grosso, líder na “safrinha”, o cereal da ração tende a alcançar 17,8 milhões de toneladas – perto de 10 milhões de toneladas a mais do que há dez anos. São avanços que dão suporte aos recordes da soja no verão e levam o país a mais de 200 milhões de toneladas de grãos.
Mas o caso do trigo é emblemático. Mostra que, além de encher armazém, é necessário forrar o bolso. Se a produção finalmente ultrapassar a marca de 7 milhões de toneladas, não será fácil sustentar os preços acima dos patamares mínimos que marcam o limite entre lucro e prejuízo.
O mais inusitado é que a solução para equilibrar essa equação, pelo menos no caso do trigo, está em casa. Remetendo a produção do Paraná para o Norte e o Nordeste, alivia-se a pressão sazonal da oferta no Centro-Sul.
Se na soja e no milho existe esperança de maior sustentabilidade com a produção de ração, para a criação de suínos e aves, no trigo existe muito mais a fazer, ainda no âmbito logístico. A abertura de um canal direto de escoamento do Sul para o Norte se confirma como um primeiro passo para o equilíbrio de preços e a sustentabilidade.
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