Enquanto o plantio da soja e do milho de verão avançam no Brasil, os preços internacionas dão sinais de recuo, pondo os produtores em alerta. A cada centavo de baixa, os agricultores deixam de arrecadar valores expressivos de Norte a Sul do país. Um quadro que exige não só atenção redobrada sobre o campo, mas também uma reavaliação das estratégias de venda dos grãos.

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O caderno Agronegócio de hoje mostra que, no Paraná e em Mato Grosso, estados que dão a largada à safra brasileira todo ano, a situação das lavouras é animadora. Apesar da irregularidade climática, as intenções de plantio estão sendo colocadas em prática e os casos de escassez de chuva são exceção. Mas a safra depende também do mercado.

O Brasil ainda não bateu martelo sobre qual o melhor plano de venda da produção. Enquanto os paranaenses têm vendido antecipadamente um terço da produção, os mato-grossenses compremeteram dois terços. Há uma clara divergência na forma como o setor lida com as tendências do mercado.

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As cotações acima de US$ 17 por bushel de soja observadas entre 20 de agosto e 14 de setembro em Chicago podem ter sido o pico da temporarada 2012/13. Nesses dois meses, os preços médios passavam de R$ 70 no Paraná, batendo recordes históricos. Hoje, a cotação caiu a R$ 67 no mercado paranaense e varia de R$ 65 a R$ 70 no mato-grossense.

Houve queda de cerca de 10% nos preços no mercado interno desde o momento em que os Estados Unidos começaram a reavaliar o impacto da seca e a elevar as estimativas de sua colheita. A partir de agora, o mercado se volta para a América do Sul e para a demanda global, puxada pela China. Novas altas só devem ocorrer se houver problemas climáticos no Brasil ou na Argentina e se o consumo recobrar seu ânimo.

Com base nesses indicativos, o produtor brasileiro pode traçar caminhos para garantir melhor renda nesta safra. Os grãos ainda estão bem mais valorizados do que um ano atrás. No caso da soja, o preço atual está de 50% a 60% acima do praticado em novembro de 2011, dependendo da região. Ou seja, ainda há tempo para se dar o devido peso à recente queda nas cotações.