A entressafra de grãos deixou de ser definitivamente um período de calmaria para a agricultura. E não apenas pelos altos e baixos de setores como o da erva- mate e o do café, como mostra a edição de hoje do caderno Agronegócio. O próprio aumento da produção de soja e milho – confirmado na última semana pelo 11º levantamento da safra 2012/13 da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) – exige ampliação das atividades de setores que antecedem o plantio e sucedem a colheita.
Da importação de insumos à coleta de embalagens de agrotóxicos, passando pela indústria e o comércio de máquinas, o ritmo é crescente. Um quadro que anuncia que 2013/14 será ainda mais agitado.
Mais do que expandir as lavouras, o setor busca contínuo crescimento nos índices de produtividade. A crescente preocupação com tecnologia – que exige melhor desempenho de cada elo da cadeia produtiva – deve-se ao fato de que existe um verdadeiro abismo entre o potencial produtivo e as marcas alcançadas nas lavouras de soja e milho, principais culturas cultivadas, que determinam a renda do campo.
Conforme dados do Comitê Estratégico Soja Brasil (Cesb), colhe-se o dobro do volume de soja em áreas bem aproveitadas na comparação com a média nacional. Isso quer dizer que existem áreas imensas rendendo menos de 50 sacas por hectare mesmo quando o clima é favorável à produção.
O Cesb realiza competições há cinco anos e relata que os produtores vencedores conseguem incrementar continuamente a produtividade em suas áreas. Os dez primeiros colocados de 2012/13 colheram mais de 100 sacas por hectare monitorado. E a média nacional está crescendo mais lentamente do que as marcas atingidas pelos campeões de produtividade. De uma forma geral, houve avanço de 14% em cinco anos, conforme números da Conab. Os vencedores da competição do Cesb elevaram os recordes em 33%.
Seja pelo aumento no plantio ou pelo uso de novas tecnologias, a produção agrícola dá passos decisivos para compensar desvantagens agroclimáticas e problemas logísticos. Avanço suficiente para manter armazéns lotados, rodovias engarrafadas e portos sobrecarregados.
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