As avaliações de que os preços da soja e do milho estarão fortemente pressionados nos próximos meses predominam. E ninguém duvida que baixas podem ocorrer. Mas o ano é de apostas na produção e no mercado, mostra esta edição do Agronegócio. O caderno traz projeção da Expedição Safra Gazeta do Povo, que aponta novo aumento no plantio da soja, e também avaliações dos produtores que, com décadas de experiência, consideram que é necessário ter calma para garantir preços melhores.

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Não se trata apenas de adiar vendas e forçar os compradores a elevarem suas cotações, mas de contar com o inesperado. Afinal, se existe algo de certo na agricultura e no mercado é que mudanças sempre estão a caminho. E que as tendências não se definem simplesmente pelo quadro de aumento na produção.

Essencialmente, o estímulo ao plantio de soja verificado na América do Norte e na América do Sul vem do mercado global. Os preços incentivam o cultivo da oleaginosa mais que o de milho. A mensagem deixada pelo lado da demanda é que a soja faz mais falta no comércio internacional. Saciada essa escassez, a mensagem pode se inverter.

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Esse quadro óbvio não termina em si mesmo. E essa é a análise que os produtores estão fazendo pelo Brasil afora. O setor considera que a demanda continuará crescendo e que a oferta sempre enfrenta seus tropeços. Qualquer alteração de percurso colocará em xeque a probabilidade de queda nos preços.

Ignorar a “voz da experiência” do setor produtivo, mesmo na contramão dos fundamentos, não é prudente. Afinal, quem podia apostar que o milho teria alta de até 40% em poucas semanas ante a notícia de que haverá redução no plantio da segunda safra no Brasil? Será possível dimensionar com exatidão a demanda por ração, às vésperas de um ano que promete sustentar cotações elevadas nas carnes?

O andamento da safra e o comportamento do mercado vão dizer se pessimistas ou otimistas estão corretos. A certeza, no entanto, é que quem aposta em crescimento é que pode sair ganhando mais, desde que se mantenha em caminho sustentável. Quem recua, certo ou errado, tende a ganhar menos, por ter um volume menor de produção a vender. E não será diferente em 2015.