Desde março, o frango não “voa”. O valor do quilo resfriado, na primeira semana de maio, caiu pelo terceiro mês seguido nas vendas do atacado. De março a maio, o valor está 40 centavos mais barato - R$ 4,71, em média. Os dados são do Departamento de Economia Rural do Paraná - Deral.
Já o frango congelado caiu de R$ 4,29 o quilo em março para R$ 4,14 até a última semana, também no atacado. Para o produtor os valores estão em queda desde novembro. A média paranaense do preço do frango vivo estava em R$ 3,08 naquele mês e chegou a R$ 2,54 no fim de abril - valor mantido neste início de mês.
“Hoje temos uma demanda retraída diante da recessão econômica. Também existe a questão do atacado, já que o frango é perecível e quem maneja esses estoques precisa desovar o produto”, afirma Roberto de Andrade Silva, especialista de frangos do Deral, que também destaca como fator de queda a redução de preços dos principais insumos para a ração de aves: milho e soja.
Apesar disso, a queda não foi repassada ao consumidor. Após a média do quilo passar de R$ 6,43 em dezembro para R$ 5,52 em janeiro, já são quatro meses seguidos de alta. Com isso, o valor no varejo fechou, na média, em R$ 6,09 o quilo.
O especialista do Deral destaca que, ao longo dos meses, os preços podem subir em toda a cadeia produtiva. “Com a proximidade do fim do ano, a tendência é que o preço se recupere, mas a recessão é o maior fator de contenção de preços, já que o desemprego continua. A carne fraca teve certa influência, mas o que mais pesa mesmo é a massa salarial”, afirma Andrade.
Bovinos em período de abate
Ainda que desde janeiro os preços dos bovinos para o atacado estejam em leve queda, a tendência é de que sigam estáveis, segundo Fábio Mezzadri, consultor de bovinos do Deral. O valor da carcaça dianteira, por exemplo, passou de R$ 8,14 o quilo para R$ 7,98 na última sexta-feira (5).
“O que acontece agora é uma queda pequena devido ao pico de safra. Entre abril e maio, acontece a venda do boi que vem engordando desde setembro do ano passado. Agora, nesta época, a maioria dos produtores faz a desova porque precisam diminuir a área de pastagem para as plantações do inverno”, explica Mezzadri.
Com isso, há maior oferta no mercado. Apesar disso, o especialista não vê grandes possibilidades de alta no futuro próximo.
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