Projeto insere a mulher no sistema produtivo e envolve 180 produtoras| Foto: Emater/Pinhalão

Em pequenas plantações, de 4 a 5 hectares, dezenas de famílias do Norte do estado colhem 18 toneladas de bananas por semana. Juntas, formam o 4º maior polo produtor da fruta no Paraná. Unidos pela Cooperativa de Agricultores Fami­­liares de Novo Itacolomi (Cofai), os cooperados abastecem com banana e outras frutas, diversas regiões do estado.

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João Rodrigues Filho, produtor e presidente da Cofai: “Unindo os pequenos produtores viramos um grande fornecedor” 
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Ovídio Cesar Barbosa, extensionista e economista da Emater conta que essa história de desenvolvimento na região tem a participação do instituto desde a concepção do projeto. Ele explica que em 1994 houve uma crise de produção, com geada e baixa nos preços e os agricultores familiares precisavam de uma nova atividade. Foi então que com a orientação dos extensionistas deu-se início ao cultivo de banana.

O produtor João Rodrigues Filho, presidente da Cofai, conta que tudo começou com uma associação, feita para viabilizar a aquisição de um pulverizador, que iria controlar os problemas de doenças nos bananais. “Mais tarde, em 2009, resolvemos fundar a cooperativa, que hoje tem 186 sócios em todo o estado. Isso nos possibilitou muitas melhorias, tanto na qualificação da produção, quanto na aquisição de equipamentos com recursos próprios”, afirma.

Atualmente, com a articulação dos extensionistas rurais em parceria com a prefeitura municipal de Novo Itacolomi, boa parte da produção de bananas da cooperativa é comprada via mercado institucional, por meio de ações do governo federal, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Além de ser distribuída nos Ceasas de Londrina e Maringá.

Com o trabalho de orientação e assistência técnica realizado pela Emater, “o que antes era feito de maneira quase primitiva, com resultados incipientes, foi sendo aprimorado. Com mais conhecimento técnico e qualidade da produção é possível ampliar as áreas e consequentemente a renda das famílias envolvidas”, aponta Barbosa.

Sebastião Salvarani, que começou a plantar banana em 2001, incentivado pela Emater, diversificou a produção para gerar mais renda. “Eles nos deram cursos, palestras e estão sempre trazendo novidades e ajudando a melhorar a lavoura”, conta. Mesmo em uma propriedade pequena e com muito declive, o cultivo da fruta e o apoio da cooperativa garantem renda fixa para o agricultor. “Ter um dinheiro certo todo mês mudou a vida de muita gente. Agora podemos planejar, fazer reformas na casa e investir na produção”, comemora Salvarani.

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Padrão reconhecido no Brasil e no exterior

O trabalho realizado pelas famílias de agricultores de café no Paraná também ganha visibilidade fora do estado e em outros países. O projeto Mulheres do Café, criado em 2013 e que hoje atende 180 participantes no Norte Pioneiro, integra a Aliança Inter­­nacional das Mulheres do Café (IWCA), organização que congrega produtoras de diversas regiões do mundo.

“Programa que eleva a qualidade da assistência técnica, recebe reconhecimento de certificações de mercados específicos para cafés especiais” .

Cíntia Mara Lopes de Souza,extensionistas e economista doméstica

Além disso, muitas produtoras já receberam certificações e prêmios nacionais pela alta qualidade do produto. Com visitas técnicas, cursos e palestras sobre todas as etapas da produção, da implantação da lavoura até a secagem do café, os grupos presentes em 12 municípios conseguiram incremento na produção, maior qualidade no café e melhor remuneração na hora da venda.

Responsável por quase 50% da produção estadual de café, cerca de 2 milhões de sacas ao ano, a região do Norte Pioneiro demonstra que a força da cadeia produtiva não está mais apenas na produção de grandes quantidades. Mas, cada vez mais, na melhoria da qualidade dos produtos. Isto é possível graças à preocupação constante em treinamentos e da inserção de novas tecnologias nas pequenas propriedades.

“O programa que eleva a qualidade da assistência técnica e da extensão rural, recebe importante reconhecimento por meio das certificações de mercados específicos para cafés especiais”, aponta Cíntia Mara Lopes de Souza, economista doméstica e extensionista social da Emater.

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