Apesar da estratificação fundiária típica de pequenas propriedades, o Paraná segue na busca pela verticalização da produção agropecuária. O objetivo é inserir novos arranjos produtivos para gerar mais renda e novos postos de trabalho. E, ao mesmo tempo, garantir segurança e abastecimento alimentar. Essa é a premissa básica colocada nos diversos projetos do Instituto Emater em busca do desenvolvimento aliado à sustentabilidade e bem-estar da população.
Lei de ATER
A lei estadual nº 17.477/2012 estabelece ações de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) para aumentar e qualificar o acesso a políticas e programas de apoio ao produtor e articular a atuação das instituições na execução de planos de desenvolvimento rural sustentáveis.
Olho: “Buscamos firmar projetos estratégicos regionais, atualizar a metodologia extensionista e consolidar o processo de ATER no estado, cujo objetivo é a qualificação e a ampliação do aumento do número de beneficiários”. Rubens Niederheitmann, diretor-presidente da Emater
Atualmente, o estado é responsável por 14% do Valor Bruto da Produção Agropecuária do Brasil (VBP) e ocupa as primeiras posições no ranking da produção de grãos, carnes, cana de açúcar e leite. A atividade agropecuária é um dos pilares da economia do estado, com 35% do Produto Interno Bruto (PIB), sendo que a maior parte da produção é feita em pequena escala.
“Pelo menos 85% dos estabelecimentos do Paraná estão enquadrados na categoria Unidade Produtiva Familiar. Um enorme contingente desses agricultores familiares encontra na extensão rural a orientação técnica necessária para aprimorar os processos produtivos de suas propriedades”, afirma o coordenador de Gestão de ATER, engenheiro agrônomo Gustavo Scholz. Com a preocupação de desenvolver novas ações e uma agricultura inovadora, a instituição criou em 2012 o projeto de gestão Emater do Futuro.
O programa estabelece uma visão de longo prazo do trabalho de extensão rural. O sistema foca no protagonismo, na maior visão estratégica, capacidade de articulação e atualização permanente. Dessa forma, a iniciativa busca constantemente um novo olhar para o desenvolvimento e agricultura por meio de diversas ações. “De maneira geral, é esperada a otimização dos processos com uma administração participativa envolvendo o governo e a sociedade civil organizada. Isto contribui para a afirmação da cidadania dos agricultores familiares do Paraná”, conta Scholz.
O novo modo de gestão trouxe resultados positivos para o trabalho de assistência técnica e extensão rural. “Percebemos uma melhor organização operacional do serviço, uma sintonia com as demandas e necessidades do governo e da sociedade, monitoramento de resultados e a percepção das lideranças regionais e locais para o aumento da produtividade”, explica o diretor-presidente da Emater, engenheiro agrônomo Rubens Niederheitmann. Segundo ele, ainda existem desafios de gestão para o futuro, como o foco no desenvolvimento de ações que gerem renda nas propriedades, o cuidado com o meio ambiente e a inclusão de agricultores e suas famílias.
“Buscamos firmar projetos estratégicos regionais, atualizar a metodologia extensionista e consolidar o processo de ATER no estado, cujo objetivo é a qualificação e o aumento do número de beneficiários”
“Buscamos firmar projetos estratégicos regionais, atualizar a metodologia extensionista e consolidar o processo de ATER no estado, cujo objetivo é a qualificação e o aumento do número de beneficiários. Também queremos continuar a execução de políticas públicas e aperfeiçoar parcerias e alianças estratégicas”, completa. A qualidade do serviço e o resultado do trabalho de extensão passa pela estratégia de identificar e atuar de acordo com as vocações naturais das diversas regiões e arranjos produtivos do Paraná.
O que também já trouxe resultados para o trabalho de assistência técnica e extensão rural foi a implantação da Lei de ATER em 2012. A mudança aumentou a oferta do trabalho para aqueles agricultores que não eram de cooperativas e não conseguiam pagar por uma assistência técnica, favorecendo o aumento da produtividade e otimizando os recursos públicos. A partir disso, os serviços, então regulamentados, passaram a ser executados pelo Estado e iniciativa privada. “Após a aprovação da Lei de ATER, que estabelece o papel de Coordenador de ATER no Paraná para o Instituto Emater, foram criadas uma gerência e uma coordenadoria específicas, de forma a pensar e estabelecer parâmetros e instrumentos que permitam planejamento, organização, direção e controle da prestação de serviços de assistência técnica e extensão rural realizados no Paraná”, afirma Scholz.
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