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O turismo rural foi a saída para manter a renda da família D’Agostini no Recanto do Repolho. | Giuliano Gomes/Emater
O turismo rural foi a saída para manter a renda da família D’Agostini no Recanto do Repolho.| Foto: Giuliano Gomes/Emater

Há 22 anos, quando o patriarca Orildo D’Agostini iniciou uma pequena lavoura de milho e soja, não imaginava que o turismo rural seria a grande saída para manter sua renda. Hoje, ele e sua família administram um terreno de 5 hectares em Foz do Jordão com diversas atrações para os visitantes. “Tivemos duas safras com prejuízo e a área é muito pequena para dar um lucro significativo. Por isso, mudamos o foco e investimos na pousada, no restaurante e em atrativos para turistas”, afirma.

“Tive duas safras com prejuízo e a área é muito pequena para dar um lucro significativo. Por isso mudamos o foco e investimos na pousada, restaurante e atrativos para turistas”.

Orildo D’Agostini, produtor rural de Foz do Jordão.

O turismo rural teve um crescimento de público de 35% entre 2014 e 2015, de acordo com dados divulgados pelo Instituto de Desen­volvimento de Turismo Rural. No Paraná, esse tipo de atividade aparece frequentemente relacionado à agricultura em propriedades familiares, ou como uma alternativa a ela.

Terezinha Busanello Freire, extensionista da Emater em Candói explica que o instituto apoiou os produtores também de cidades ­vizinhas para criar a região de turismo rural Lagos e Colinas da Cantuquiriguaçu. “É uma área nova nessa atividade, por isso promovemos eventos gastronômicos e a articulação entre os envolvidos, levando informação para que o turismo rural gere renda”.

O futuro promissor atraiu Junior D’Agostini, filho de Orildo, que após estudar Turismo em Curitiba, voltou para a propriedade da família. “Eu não via retorno do trabalho na cidade, por isso voltei para investir no que é nosso e trazer qualidade para o negócio dos meus pais. Aqui é o meu lugar. É aqui que eu vou ficar”, afirma.

Agroindústria

Pequenos agricultores assistidos pela Emater conseguem diversificar a produção e a oferta de produtos para venda por meio da Fábrica do Agricultor, programa que incentiva as agroindústrias familiares, que recebem apoio e capacitação para processar e industrializar parte da produção, gerando mais empregos e renda aos produtores.

Fátima Vieira: conservas reinventam a produção e geram renda na pequena propriedade. Giuliano Gomes/Emater

Números do setor

O turismo rural cresceu 35% de 2014 a 2015. Ao todo, 1,3 mil agroindústrias e 2.674 pessoas são atendidas pela Emater.

Fonte: Instituto de Desenvolvimento de Turismo Rural e Instituto Emater.

O instituto presta auxílio para 1.300 agroindústrias em todo o Paraná e esse é outro modelo de negócio que tem aumentado a renda de pequenos produtores. Gislaine Santiago mora em Morretes, onde produz e comercializa produtos como balas de banana, verduras e alimentos à base de mandioca, em regime familiar. Gislaine é bisneta de agricultores familiares, e para que os produtos pudessem ser vendidos de modo a gerar renda, era necessário aperfeiçoar os processos. “Para vender, a agroindústria tem que seguir um padrão de qualidade. A família construiu uma estrutura básica com seus próprios recursos e nós profissionalizamos, oferecemos cursos e oficinas”, afirma a engenheira agrônoma Ruth Adriana Pires.

Em consequência, Gislaine conseguiu levar para feiras produtos de mais qualidade, o que melhorou a renda da família. “Assim, eles construíram uma nova agroindústria, um novo barracão, compraram trator e um carro utilitário”. A propriedade também oferece atrativos para os turistas “o local tem camping, campo de futebol, área de lazer, banheiros e isso também contribui com a renda”, finaliza Ruth.

O agricultor José Vieira e a esposa Fátima são uma das 31 famílias da Vila Rural Nossa Senhora Aparecida, em Campo Bonito, Oeste do Paraná e há cerca de dez anos produzem conservas de vagem, quiabo, pepino, entre outros. No último ano eles iniciaram a produção de vidros de conserva de três tipos de pimenta colhidas na propriedade. O sucesso de vendas foi tanto, que hoje compram matéria-prima de outros produtores para atender a demanda.

A iniciativa para a fabricação das conservas e a instalação da agroindústria partiu da assistência dos extensionistas da região, que viram na diversificação da produção uma oportunidade para gerar mais renda à família. “No começo a gente tentou plantar milho, soja e feijão, mas como nossa área é pequena e o trabalho é muito só para mim e minha esposa, o pessoal da Emater nos disse que uma mudança poderia dar certo. Nós resolvemos apostar nisso e contamos com muita ajuda para iniciar a plantação de hortaliças. Mais tarde veio a ideia das conservas e hoje nós produzimos de tudo um pouco e a nossa qualidade de vida aumentou bastante”, afirma Vieira.

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