A partir da próxima safra, os sojicultores de oito estados – incluindo o Paraná – e do Distrito Federal podem optar por uma nova variedade de soja transgênica. Após 19 anos de desenvolvimento e investimento de US$ 33 milhões (cerca de R$ 115 milhões), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a alemã Basf colocam no circuito comercial a Cultivance, primeira semente geneticamente modificada com tecnologia totalmente brasileira. As empresas não revelaram o valor que será cobrado pela tecnologia.
“Estamos discutindo com os elos da cadeia produtiva a melhor forma de cobrança. Ainda não temos definido o valor. Precisamos de mais alguns meses. Mas haverá vantagens no bolso do produtor, do contrário, [a tecnologia] não irá se fixar no mercado”, diz Eduardo Leduc, vice-presidente sênior da divisão de proteção de cultivos para América Latina da Basf. O executivo afirma apenas que a cobrança, quando começar, será na comercialização da semente.
A multinacional alemã era a proprietária do gene ahas, aplicado por pesquisadores brasileiros da Embrapa na soja. A promessa das detentoras da tecnologia é de que o sistema controla as ervas daninhas que já “criaram resistência” aos demais concorrentes disponíveis no mercado. “A tecnologia foi desenvolvida no Brasil pensando nos problemas do país”, ressalta Carlos Alberto Arabal, pesquisador da Embrapa.
Praga
De acordo com dados da multinacional alemã Basf, ervas daninhas como a buva e azevém estão presentes em 10 milhões de hectares e 3 milhões de hectares, respectivamente. Atualmente, o Brasil dedica cerca de 31 milhões de hectares a cultura da soja. “30% do território dedicado a agricultura enfrentam sério problemas com erva daninha. Por isso estimamos conquistar 10% do mercado de soja”, ressalta Eduardo Leduc, vice-presidente sênior da divisão de proteção de cultivos para América Latina da Basf.
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