Quem quer conhecer um pouco da Holanda sem sair do Paraná deve passear nos Campos Gerais. A decoração das casas, as construções rodeadas por gramados e sem muros reproduzem traços dos Países Baixos. O turismo à holandesa encontra um público ávido por cultura pelo sossego do campo.
Há quatro anos, a família Strijker decidiu transformar a antiga casa em uma pousada. Localizada há 100 metros do Memorial da Cultura Holandesa, a pousada fica no centro da colônia Castrolanda e leva o nome de Oosterhuis, em referência ao vilarejo de onde partiram os patriarcas Albert e Johanna Strijker em 1953 para o Brasil.
As 10 suítes são decoradas com tons alaranjados (a cor típica da Holanda), as cortinas são de renda e os lençóis têm babados. De alguns quartos, é possível avistar o moinho construído no memorial e que é símbolo da imigração. Para o desjejum são servidos torta holandesa, panquecas e bolachas. Os hóspedes podem ainda fazer passeios de triciclos pela colônia.
A gerente e sócia da pousada, Willemien Strijker, conta que a família mantém as atividades agropecuárias. A pousada, que veio para agregar valor à propriedade, pode ser ampliada. “Queremos investir ainda mais, abrir mais suítes e fazer um lago artificial”, conta Willemien, que também é turismóloga.
A gastronomia é outro atrativo na região. A cafeteria de Frederica Boot Dykstra, em Carambeí, atrai pessoas de fora que vão em busca das 40 variedades de tortas doces, dos empadões e dos quiches. A proprietária da cafeteria, Frederica, que é filha de imigrantes holandeses, entrou no ramo por acaso.
“Eu trabalhei por cinco anos no Parque Histórico de Carambeí e me pediram que eu fizesse tortas holandesas para vender. Eu respondi que não era muito de tortas, mas acabei fazendo com base na experiência das que eu fazia em casa”, lembra. A alta procura sustenta plano de expansão do negócio em 2014.
Cooperativas viram atração com roteiro técnico
Um roteiro técnico com passagem pelas regiões de abrangência das cooperativas Castrolanda e Batavo está entre os passeios mais procurados pelos turistas que chegam às colônias holandesas dos Campos Gerais, conta a turismóloga Débora Rickli, da Cooperativa Paranaense de Turismo (Cooptur). O organização foi criada em 2004 para promover o potencial turístico da cultura dos imigrantes na região. Podem ser agendadas visitas para grupos de mais de 20 pessoas, que assistem a palestras sobre cooperativismo e percorrem propriedades rurais. Além disso, pontos turísticos como o Parque Histórico de Carambeí oferecem uma imersão no passado, com peças que demonstram como era a agropecuária um século atrás. Quem passeia pelo local caminha entre casas e estábulos de uma réplica da vila construída pelos holandeses, que dão mais sentido às atrações espalhadas pela região.
Comida indonésia conta história dos imigrantes
No reduto dos holandeses, em Carambeí, um sobrado construído sobre arenitos esconde um restaurante de culinária indonésia que é aberto a grupos de pelo menos 20 pessoas. Com o nome de Taman Batoe – Jardim das Pedras em português –, o estabelecimento serve “mesa de arroz”, o prato típico chamado de rijsttafel na Indonésia, e revela um pedaço da história dos holandeses.
Os principais ingredientes vêm do quintal do sobrado de Willemke Struiving de Geus – filha de pai holandês e mãe indonésia que todos chamam de Panoka. Ao lado do marido Gilberto, ela explica que o país ao sul da Ásia foi colonizado pela Holanda por quase 350 anos. Após a 2.ª Guerra Mundial, os holandeses foram expulsos de seu país e muitos emigraram para o Brasil. Entre eles, os pais de Panoka (1959).
Orquídeas cultivadas pelo casal também atraem os visitantes. Eles mantêm mais de 2,5 mil tipos de orquídeas, além de centenas de cactos e plantas carnívoras. Para quem quer apreciar as plantas, o almoço, à luz do dia, é melhor que o jantar.
De olho na CopaEm Witmarsum, colônia estrutura atrações
Iniciado em 2008, um projeto do Sebrae tenta consolidar a imagem da colônia Witmarsum, em Palmeira, nos Campos Gerais, como ponto turístico da cultura alemã. A meta é inserir Witmarsum na rota turística da Copa do Mundo de 2014.
A colônia foi formada em 1951 por imigrantes alemães menonitas, que baseiam as relações sociais em fundamentos da Bíblia e do trabalho cooperativo. Formado por casas rodeadas por jardins e gramados, o núcleo da colônia dispõe da sede da cooperativa Witmarsum. A empresa tem 322 associados dedicados principalmente à lavoura e à pecuária leiteira.
O vilarejo tem um trunfo aos turistas: as pousadas e os cafés coloniais com produtos feitos pelos colonos. Um dos estabelecimentos é a Pousada Campos Gerais, aberta há oito anos. Quem se hospeda numa das quatro suítes, serve-se do café da manhã com o atselstrudel (folhado de maçã) e o zwieback (pão de leite), além de poder participar do pacote “fazendeiro por um dia” no qual tira leite da vaca ao amanhecer, aprende a fazer pão caseiro e visita uma ordenha mecanizada.
“Estamos tentando resgatar a arquitetura da pousada para reforçar o estilo alemão”, acrescenta a proprietária, Evelin Daiane Janzen Hamm. “Muitos pensavam que a colônia era fechada, mas não, estamos mostrando que ela está de portas abertas para os turistas”, comenta a gestora de projetos do Sebrae, Nadia Terumi Joboji.
Serviço:
A Pousada Campos Gerais faz reservas pelo e-mail contato@pousadacamposgerais.com.br.
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Roteiro
Visitantes podem traçar passeios com orientação da cooperativa de turismo Cooptur, de Carambeí: (42) 3231-2241.
Pouso e comida
Entre as opções de hospedagem está a pousada Oosterhuis, na colônia Castrolanda, em Castro. A casa aceita reservas pelo telefone (42) 3234-1566. A comida dos holandeses pode ser apreciada no Frederica’s Koffie Huis e no restaurante Taman Batoe, ambos em Carambeí.
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