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Ânimo renovado nas granjas

Preço pago ao produtor pelo quilo do frango subiu 3,6% em setembro no Paraná. | Giuliano Gomes / Gazeta do Povo
Preço pago ao produtor pelo quilo do frango subiu 3,6% em setembro no Paraná. (Foto: Giuliano Gomes / Gazeta do Povo)

Os problemas da economia nacional não são motivo de desilusão para os produtores de frango e suínos. Embaladas pela desvalorização do real perante o dólar, as duas cadeias produtivas driblam o cenário de pessimismo e sustentam ganho de participação no mercado externo. Ao mesmo tempo, o setor tenta aproveitar o cenário de valorização da proteína nas vendas domésticas, que entram em viés de alta mirando as festas de final de ano.

Após bater neste ano o recorde mensal de embarques, o frango vive o momento mais favorável no exterior. Conforme levantamento da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), entre janeiro e setembro o volume negociado com o exterior subiu 4,8% ante 2014, chegando a 3,2 milhões de toneladas vendidas. Mesmo recebendo 9,1% a menos em dólar (US$ 5,4 bilhões no período), a indústria celebra incremento de 26,6% na receita em real, para R$ 17,3 bilhões. “A maioria dos mercados manteve os mesmos níveis de compras, o que sustenta as projeções de um saldo positivo das exportações para 2015”, destaca Ricardo Santin, vice-presidente de aves da associação.

No caso dos suínos, o apetite de mercados como a Rússia garante fôlego às vendas. Um terço do volume exportado em 2015 seguiu para o país, mostram dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). O quadro faz a ABPA projetar que o setor também vai superar os números de 2014.

O momento favorável é complementado pela boa remuneração do mercado doméstico. No Paraná, o preço pago ao produtor pelo quilo do frango em setembro subiu 3,6% em relação ao mês anterior, com média de R$ 2,44. Já o suíno de raça acumula valorização de 12,7% no período, chegando a R$ 3,47/kg. “No mercado de suínos a forte alta em setembro é reflexo principalmente dos bons volumes de exportação, que vem enxugando os estoques da carne no mercado doméstico”, afirma o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, em relatório. “Além disso, o frango também vinha competitivo frente às carnes bovina e suína, fomentando a demanda”, detalha a entidade, em outro relatório.

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