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Com colheita maior, preços tendem a cair mais no Brasil até o fim dos trabalhos de campo da temporada. | Antonio Costa / Gazeta Do Povo
Com colheita maior, preços tendem a cair mais no Brasil até o fim dos trabalhos de campo da temporada.| Foto: Antonio Costa / Gazeta Do Povo

O ditado “a união faz a força” tem sido palavra de ordem não só internamente, mas também entre as cooperativas do Paraná. Elas apostam em um modelo de gestão integrada das indústrias. Diferente do sistema de cooperativas centrais, que ganhou atenção nos anos 90, o arranjo centra-se na própria experiência de mercado e nos interesses em comum.

A intercooperação, como é chamado o modelo, surge da união de duas ou mais empresas em torno de um mesmo negócio, geralmente que agrega valor à produção dos associados. Posteriormente, uma das cooperativas, a mais tradicional no setor, assume o posto de liderança e fica responsável pela gestão da indústria. Porém, as demais sócias participam do conselho, garantindo poder de decisão.

“A cooperativa que sozinha tentar conquistar mercado irá encontrar dificuldades. É preciso aproveitar as experiências para integrar novas formas formas de ação”, afirma o superintendente da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), José Roberto Ricken.

Cooperativas dos Campos Gerais têm demonstrado sucesso no novo modelo. Batavo, de Carambeí, Castrolanda, de Castro, e Capal, de Arapoti, estão envolvidas na construção de duas indústrias; um frigorífico de suínos e um moinho de trigo, ambos com inauguração prevista para fevereiro de 2014. No primeiro, a administração será da Castrolanda. A cooperativa Batavo assume o posto de gestora do moinho.

Além da proximidade geográfica e da descendência holandesa, a necessidade de garantir matéria-prima contribuiu para a reunião das empresas. “A produção de cada uma seria insuficiente para abastecer a indústria. Mais que uma tendência, essa união é uma necessidade se as cooperativas querem sair das mãos dos intermediários”, explica Marco Rumen, gerente financeiro da Capal. A cooperativa negocia para ingressar como sócia na Unidade de Beneficiamento de Leite (UBL) que Castrolanda e Batavo estão construindo em Itapetininga (SP).

No Norte do estado, Cocamar e Coamo também utilizam o modelo de intercooperação. O parque industrial da cooperativa de Ma­-ringá esmaga soja, envasa óleo vegetal e embala café com a marca da co-irmã de Campo Mourão. Do outro lado, a Coamo fornece lotes de sementes de soja e cede o terminal portuário em Paranaguá, no litoral do estado, para a exportação de farelo de soja da Cocamar. “O sistema permite que empresas com o mesmo interesse se unam. Nós teremos muita intercooperação nos próximos anos”, fomenta Ricken.

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