Há 14 meses, os triticultores dos Campos Gerais parecem viver num mundo paralelo ao mercado brasileiro da cultura. Desde a inauguração do Moinho Herança Holandesa, das cooperativas Castrolanda, Frísia e Capal, em Ponta Grossa, em junho de 2014, associados que apostam na cultura têm conseguido repassar a produção acima do preço mínimo, o que permite cobrir os custos de produção e garante aos agricultores da região uma pequena margem.
“O moinho foi construído para fortalecer a cadeia da região. Seguimos o mercado, mas sempre pagamos aos produtores preços acima do mínimo”, garante Estefano Stemmer Junior, gerente da unidade de trigo da Frísia, cooperativa responsável pela gestão do moinho. O preço mínimo do trigo pão, tipo 1, definido pelo governo federal para safra 2015/16 é de R$ 34,98 por saca de 60 quilos, ou R$ 583 por tonelada. “Já chegamos a pagar R$ 700 por tonelada [R$ 42/saca]”, destaca Stemmer. Em média no estado, produtores têm recebido cerca de R$ 35 pela saca do cereal, o equivalente a pouco menos de R$ 600 por tonelada. Já para os agricultores gaúchos, o valor não passa de R$ 32/saca, ou R$ 535 por tonelada.
Mudança na fonte
Em agosto e setembro, a indústria do trio do ABC chegou à moagem de 9,8 mil de toneladas/mês, bastante próximo da capacidade total de 10,5 mil de toneladas/mês. Quase a totalidade da matéria-prima (90%) é comprada dos associados das três cooperativas da região. Outros 5% vêm de terceiros e o restante é importado. Mas o clima que prejudicou as lavouras de trigo do Paraná ao longo do mês de setembro pode forçar uma mudança no escopo de fornecimento de insumos.
De acordo com levantamento da Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab), os problemas climáticos irão reduzir em 10% o potencial produtivo da safra paranaense, inicialmente prevista em 4 milhões de toneladas. A produção deve ficar na casa dos 3,6 milhões de toneladas, suficiente para manutenção do estado como maior produtor de trigo do país, já que o Rio Grande do Sul, segundo no ranking, também está tendo problemas com o clima neste ano.
“Além da produção menor, a qualidade não será a mesma do ano passado”, diz Stemmer. “A expectativa agora é com as lavouras de Castro, Tibagi e Piraí do Sul, que são colhidas em outubro e novembro. Grande parte do volume que abastece o moinho sai desta região”, complementa.
No Rio Grande do Sul, o problema foram as geadas de setembro, que pegaram 80% das lavouras gaúchas em fase de floração e enchimento de grãos, bastante suscetíveis a danos pelo frio intenso. Lá, os prejuízos registrados foram maiores e a quebra é de 20%, segundo a Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul (Fecoagro). A safra gaúcha não deve ultrapassar 2 milhões de toneladas, ante uma previsão inicial de 2,5 milhões.
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