Daniel Pacheco de Lima, de 11 anos, frequenta um clube diferente dos tradicionais encontrados nas cidades grandes. Ao invés de piscina, quadra de futebol ou parquinho, o jovem se reúne semanalmente com outras 34 crianças, entre 8 e 14 anos, no Clube de Bezerras, onde a diversão é cada um cuidar do seu “animal de estimação”.
Criado há 33 anos por intermédio da Castrolanda, cooperativa de Castro, nos Campos Gerais, o Clube busca desenvolver os interesses das crianças, na sua maioria filhos de produtores e de funcionários das fazendas, em relação à atividade. Nos encontros, o grupo aprende os cuidados básicos com o animal, desde questões sanitárias até o trato como banho e tosa.
“Esse é o meu quarto ano e adoro as atividades. Você percebe que tratando bem o animal ele irá corresponder”, diz Daniel, que foi a criança melhor classificada nas provas em 2014. “Essa vivência com o meio me ajudou a decidir a minha profissão. Quero ser técnico agrícola ou médico veterinário para, um dia, me tornar gerente de propriedade”, complementa.
Após completar 14 anos, os integrantes são promovidos pra o Clube de Jovens Talentos, onde ficam até os 18 anos. Nesta fase, as atividades têm como objetivo inserir os jovens no setor leiteiro, garantindo sustentabilidade para o ramo.
Ao longo das três décadas de existência, os resultados práticos obtidos com o Clube de Bezerras são incontáveis. O pecuarista Armando Rabbers participou do projeto logo nas primeiras turmas. Hoje, ele é um dos principais produtores de leite da região.
“O trabalho é importantíssimo, tanto que abro as portas da propriedade para alguns encontros e incentivo filhos de funcionários a participarem”, diz Rabbers. “O Clube é uma forma de tirar as crianças da rotina de televisão e vídeo game e moldar gerações de produtores para o futuro.”
Ovelhas
O sucesso dos encontros com os bovinos foi o alicerce para a criação do Clube da Borrega, termo utilizado para definir uma ovelha entre 6 e 12 meses. Fundado no início deste ano, o projeto já conta com 17 crianças (11 de Castro e 6 de Curitiba), que estão aprendendo os tratos iniciais como puxar, dar banho, alimentar e tosar. “São filhos de produtores que moram lá [em Curitiba], mas têm fazenda aqui. Elas vêm nos finais de semana para os encontros com uma expectativa enorme”, conta, orgulhosa, Renata de Jager, produtora de ovelhas e idealizadora do Clube da Borrega.
A ideia surgiu depois que os filhos Davi, 6 anos, e Pamela, 12, demonstraram interesse pelos mais de 1,2 mil animais espalhados pela propriedade. “O objetivo principal é estimular que a criança siga a sucessão familiar. Mas também queremos que vejam a atividade com outros olhos”, reforça Renata, que já planeja abrir inscrições para participação de filhos de não produtores, já que a ovinocultura ainda não é tão difundida nos Campos Gerais.
Trump, Milei, Bolsonaro e outros líderes da direita se unem, mas têm perfis distintos
Taxa de desemprego pode diminuir com políticas libertárias de Milei
Governadores e parlamentares criticam decreto de Lula sobre uso da força policial
Justiça suspende resolução pró-aborto e intima Conanda a prestar informações em 10 dias