Parte importante da história do Plantio Direto na Palha (PDP) está à espera de um novo lar. Dezenas de máquinas e equipamentos usados nos primeiros experimentos de campo junto com centenas de fotos e pôsteres de eventos que contam as quatro décadas da tecnologia serão, num futuro ainda indefinido, acomodados no Centro de Excelência em PDP, dentro do campus da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), nos Campos Gerais. Além de abrigar um museu, o espaço irá oferecer cursos para formar especialistas, mestres e doutores na adoção do sistema.
Ainda em 2010, o projeto do Centro de Excelência em PDP começou a ser desenvolvido pela Federação Brasileira de Plantio Direto na Palha (FEBRAPDP), pela UEPG e por um dos idealizados da tecnologia, Manoel Henrique “Nonô” Pereira, falecido no mês passado. Dois anos depois, os R$ 2 milhões necessários para a construção do Centro foram aprovados pelo governo estadual. No ano seguinte, por meio de licitação, a empresa executora foi escolhida e, em 2014, começaram as obras do prédio 915 metros quadrados, com previsão de conclusão ainda em 2015.
Porém, após concluir a fundação e a parte hidráulica, a empresa reincidiu o contrato pela falta de pagamento por parte do governo estadual. “Recentemente, o estado quitou as quatros parcelas que estavam atrasadas. Mas será necessário fazer nova licitação com orçamento ajustado. Esperamos que saia ainda esse ano para inaugurarmos em 2017”, diz João Carlos de Moraes Sá, professor da disciplina Plantio Direto da UEPG.
Criada em 1984, a matéria era optativa nos primeiros 15 anos, passando a ser obrigatória posteriormente. Hoje, além da instituição dos Campos Gerais, outras universidades do país, uma de Portugal e outra nos Estados Unidos contam com a disciplina na grade curricular.
Enquanto o projeto do Centro de Excelência não sai do papel, os utensílios e máquinas que ajudaram a revolucionar a agricultura no Brasil estão em um “galpão-museu” na fazenda do Seo Nonô, na cidade de Palmeira, nos Campos Gerais. O agricultor atuou 40 anos como incentivador da prática conservacionista, que hoje abrange 32 milhões de hectares no país.
“Ele era um pregador do plantio direto. Começou a montar o museu em 1985, pois não tinha mais onde colocar as coisas dentro de casa. Hoje, são mais de 5 mil slides, tratores e colheitadeiras restauradas, cartazes de eventos que ele participou no Brasil e no exterior”, diz Manoel Henrique Pereira Junior, filho de Nonô.
Como aconteceu nas últimas décadas, o herdeiro de Nonô continua abrindo as portas da propriedade, quase que semanalmente, para estudantes e profissionais do agronegócio interessados em conhecer mais sobre o PDP. “Boa parte dos agrônomos e técnicos que se formaram na UEPG, Federal e PUC passou por aqui”, afirma, orgulhoso, o filho do maior difusor da tecnologia. “Seo Nonô abria as portas da fazenda para aulas práticas. Ele ministrava palestras que fascinavam os alunos. Isso irá continuar, pois já se tornou um marco no curso”, complementa Moraes Sá.
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