Os Campos Gerais são conhecidos no estado, no país e no mundo por muitos atributos, quase que exclusivamente do agronegócio. Entre eles está a tradicional e premiada bacia leiteira do ABC, que reúne em cooperativas os imigrantes, descendentes e simpatizantes da colonização holandesa. Eles plantam soja, milho, trigo, feijão e batata. Produzem carne de boi, suínos e aves. Estão envolvidos em inúmeras cadeias produtivas. Mas está na produção de leite a principal referência da região.
A busca constante por inovação e tecnologia – que desafia os padrões internacionais de qualidade, valoriza o segmento, define a aposta do produtor e a segurança do consumidor – virou verdadeira obsessão. Produzir leite nos Campos Gerais é mais que uma atividade que envolve apenas componentes econômicos e de segurança alimentar. Há todo um viés social, que combate a evasão rural e contribui para a sucessão no campo. Por lá, tirar leite é algo moderno e desafiador, inclusive às novas gerações.
Tanto é verdade que graças não somente à soja, mas com fundamental contribuição do leite, os Campos Gerais estão prestes a assumir a liderança no Valor Bruto da Produção (VBP) da agropecuária paranaense, com 10,4% de participação. No ranking de 2012, a ser confirmado neste mês, Castro supera e coloca em xeque o reinado até então de Toledo, no Oeste do estado.
São ideais, iniciativas e conquistas de uma cultura e de um grupo de pessoas que se transformaram em um verdadeiro patrimônio cultural, econômico e social da região e do estado. Não dá para imaginar, por exemplo, o que teria sido de Carambeí, Castro e Arapoti, enfim, do agronegócio e da economia do Paraná sem essa intervenção, que vem desde a primeira metade do século 20.
E para falar um pouco dessa realidade, bastante peculiar, é que editamos a terceira revista do Agronegócio Gazeta do Povo em 2013. A edição destaca a contribuição do leite e dessas comunidades ao desenvolvimento do agronegócio. Relevância essa que também está traduzida na maior e mais importante feira de tecnologia leiteira do país, a Agroleite, promovida pela cooperativa Castrolanda. Momento que faz da comunidade, nesta semana, a mais holandesa das colônias dessa etnia no Brasil.
Giovani FerreiraCoordenador do Núcleo de Agronegócio da Gazeta do Povo
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